quinta-feira, novembro 30, 2006

Então, já que falámos...

... de estacionamento, da Carris e da CML, aqui fica um post «três em um»

1-Estacionamento
Graças à impunidade do costume, o estacionamento na Av. de Roma faz-se assim


2-Carris
Não podendo aceder à sua paragem, os autocarros da Carris param numa das faixas. Nas horas de ponta, isso provoca os engarrafamentos que se imagina.

P: E onde é que entra, neste post, a CML?
R: Então não se consegue ver bem o logótipo existente na porta do carrinho branco?!
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C. Medina Ribeiro

Nasceu há quase 100 anos





Lopes-Graça
Hoje lembrei-me do centenário

Mas por que é que os esquecemos todo o ano ou mesmo totó o «século» e depois… e depois… num certo dia: celebra-se o centenário. Lopes-Graça, se pudesse estar vivo, estaria. Morreu há doze anos mais três dias. Nasceu há cem anos menos 17 dias. Hoje, lembrei-me dele. Viveu quase 88 anos. Deixou obra musical até fartar. Deixo aqui o que recolhi do início do trabalho de Leonor Lains no «Vidas Lusófonas». Se tiver interesse, vá lá: é só clicar…



Lopes Graça, músico/compositor (1906-1994)


«1906: Nasce a 17 de Dezembro em Tomar, onde inicia os estudos de piano. -1924: Ingressa no Conservatório Nacional de Lisboa. - 1927: É aluno da Classe de Virtuosidade de Viana da Mota. - 1931: Termina o Curso Superior de Composição. É preso e desterrado para Alpiarça. - 1934: Ganha uma bolsa para estudar em França, que lhe é recusada por motivos políticos. -1937: Parte para Paris. Estuda com Koechlin Composição e Orquestração. -1938: A Maison de la Culture de Paris encomenda-lhe uma obra: «La fiévre du temps» (ballet-revue). Harmonizações de canções populares portuguesas. -1940: Ganha o prémio de Composição do Círculo de Cultura Musical com o 1º Concerto para Piano e Orquestra. - 1941: Tomás Borba convida-o para professor na Academia de Amadores de Música. - 1942: Obtém o prémio do Círculo de Cultura Musical com a «História Trágico-Marítima» (poema de Miguel Torga). - 1944: Ganha pela 3ª vez o Prémio de Composição do CCM com a «Sinfonia». - 1945: Faz parte da Comissão Distrital do MUD. - 1949: Faz parte do júri do Concurso Internacional Béla Bartók em Budapeste. - 1952: Novo prémio de composição do Círculo de Cultura Musical com a 3ª Sonata para Piano. - 1961: Edita com Michel Giacometti o 1º volume da Antologia de Música Regional Portuguesa. Início do In Memoriam Béla Bartók (8 suites progressivas para piano) que completa em 1975. - 1969: Rostropovich interpreta o Concerto de Câmara para violoncelo encomendado a Lopes-Graça. - 1973: Início da publicação das «Obras Literárias» (Editora Cosmos) em 18 volumes. - 1974: Assume a presidência da Comissão para a Reforma do Ensino Musical criada pelo Governo Provisório da Revolução de Abril. - 1979: Compõe para grande orquestra, solistas e coro o «Requiem pelas vítimas do fascismo em Portugal». - 1981: Convite do governo húngaro para as Comemorações do Centenário do nascimento de Béla Bartók. - 1993: Audição integral das sonatas e sonatinas para piano (Matosinhos). Homenagem no seu 87º aniversário. - 1994: Morre na noite de 27 Novembro na sua casa na Av. da República, na Parede, junto a Cascais».
Obrigado, Maestro.
José Carlos Mendes

Carris Natal!

Autocarros da Carris mostram o brilho da noite lisboeta

Numa altura em que os portugueses começam a montar os enfeites de Natal, Lisboa já está enfeitada, brilhando mais do que o costume, e que melhor forma de admirar as luzes natalícias do que do cimo de um autocarro de dois andares?

Esta é a proposta da Carristur que até dia 8 de Janeiro promove a iniciativa "Lisboa a brilhar". A proposta, que espera seduzir os lisboetas e os turistas, consiste num passeio de autocarro panorâmico através do qual se podem vislumbrar as luzes de Natal de Lisboa.

O passeio dura 45 minutos e acontecerá todos os dias até 8 de Janeiro, das 18.00 às 22.00. A partida dá-se na Praça do Comércio, onde, recorde-se, está "plantada" a maior árvore de Natal da Europa.

O autocarro encontra-se equipado com um guia electrónico que fala aos passageiros através de auscultadores, assim, após o autocarro arrancar, começa a ouvir-se um pouco da história da cidade de Lisboa e com sincronia somos informados dos nomes das ruas que vamos vendo tal como da sua respectiva história.

À medida que o autocarro avança os passageiros vão dando a sua opinião, em geral as críticas são boas, mas também se ouvem outras más. Criticam as bolas de Natal azuis nas árvores da Avenida da Liberdade, que dizem não ter nada a cor de Natal.

Já as luzes que se vêem ao descer as ruas do Alecrim ou Castilho são muito elogiadas. De regresso ao ponto de partida, os participantes mostram-se satisfeitos, a alegria geral é exteriorizada por Iolanda Tavares, que afirma ter sido o passeio "uma hora muito bem passada".

- Diário de Notícias


Ideia interessante esta, da Carris.
Pela descrição já fez várias pessoas felizes!
Boa iniciativa.



MP

Lista A sai vencedora nas eleições para a Associação de Valorização do Chiado



"Realizaram-se no último dia 27 de Novembro eleições para os corpos gerentes da Associação de Valorização do Chiado. A lista A, formada pela actual direcção e com a participação de novos elementos, saiu vencedora por unanimidade, não havendo qualquer lista concorrente.

O principal objectivo da nova direcção consiste em alcançar uma interacção permanente e articulada entre os principais núcleos activos do Chiado: Comércio, Serviços, Cultura, Restauração e Habitação, promovendo sempre a qualificação do espaço público e uma integração entre dirigentes que já se encontrem no Chiado há várias gerações e a noiva geração de interessados no Chiado.

Para o conseguir, continuará a trabalhar em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa promovendo o Chiado a nível nacional e internacional, desenvolvendo a sua segurança, policiamento e limpeza. A curto prazo será levado a cabo uma campanha com vista a aumentar o número de associados, fazendo com que a Associação de Valorização do Chiado seja cada vez mais representativa de todas as entidades e pessoas que desejam contribuir para um Chiado melhor.

Segue-se, então, a Lista vencedora:

Lista A

Mesa Assembleia Geral
Cargo Nome Empresa
Presidente Bernardo Vasconcelos e Sousa (Vista Alegre)
Vice-Presidente Salvador Posser de Andrade (Posser & Associados)
1º Secretário João Paulo Pinheiro (Livraria Ferin)
2º Secretário Leonilde Marques (Jahel Modas)

Direcção
Cargo Nome Empresa
Presidente Vítor Pereira da Silva (Gardénia)
Vice-Presidente José Carlos Sousa Gomes (Paris em Lisboa)

Directora Maria Elisabeth Nunes (Elisabeth Cabeleireiros)

Tesoureira Victoria Crespo (Panificação Chiado)

Conselho Fiscal
Cargo Nome Empresa
Presidente Celina Pereira (Gibel Cabeleireiros)
1º Vogal Ana Faro (Royale Café)
2º Vogal Ricardo Gonçalves (Os Nicos)
"

Paulo Ferrero

P.S. Gosto do Royale Café, do Paris em Lisboa, da Gardénia, da Férin e da Vista Alegre. Abomino a Jahel e o que fizeram aos magníficos espaços que ocupam. Em relação aos outros, abstenho-me

Esta 2ª Feira, o Capitólio comemora 75 anos!


E para os comemorar, a Cinemateca Portuguesa, em colaboração com os "Cidadãos pelo Capitólio", vai exibir o filme THE HARDER THEY FALL (A Queda de um Corpo) de 1956 realizado por Mark Robson com Humphrey Bogart e Rod Steiger. O filme estreou no Capitólio a 19 de Novembro de 1956.

O Capitólio, projectado em 1925 pelo Arquitecto Luís Cristino da Silva é considerado a primeira grande obra do Movimento Moderno em Portugal, foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1983 e integra, desde 21 de Junho de 2005, a Lista World Monuments Watch-100 Most Endangered Sites do World Monuments Fund.

Apesar do seu valor patrimonial, o edifício encontra-se devoluto e em processo de degradação acelerada, como toda a gente sabe. Inclusive, na anterior vereação, a Vereadora Napoleão quis desclassificá-lo (!) para dar maior rapidez ao "projecto" Gehry. Apesar de o filme não ser dos melhores que passaram pelo Capitólio, vou tentar ir.

Paulo Ferrero

Anos de Pessoa

Jorge Ferreira dá aqui conta da efeméride dos 30 anos da passagem de Fernando Pessoa - Poeta universal.

Francisco José Viegas dá conta da festa: Casa Fernando Pessoa assinala o seu 13º aniversário.

Parece que vai ser bonita a festa!
(Não há dúvida que Francisco José Viegas foi a escolha acertada para a Casa).



NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!


- Álvaro de Campos/Fernando Pessoa, Lisbon Revisited(l923)

MP

Chutos?! Só mesmo a pontapé

A CML passou as salas de chuto na nossa cidade.

Vi o entrótito e fundamentação que o vereador Sérgio Lippari Pinto fez sobre a questão.
Um acérrimo defensor das salinhas de vício!

Sou totalmente contra este tipo de assistência a toxicodependentes.
Sou totalmente contra a que seja a CML, e por tal todos os munícipes contribuintes, a sustentar este tipo de vício assistido.
A edilidade lisboeta não pode, de forma alguma, estar a subsidiar, seja a que título fôr, dependências.

Estamos a observar um fenómeno preocupante de "ilegalidade legal", i.e., sendo o consumo de drogas um crime, o Estado, leia-se neste caso concreto a edilidade lisboeta, reserva-se o direito de cometer um crime de fornecimento de drogas às expensas do erário público.

A estes "alberges" chamam salas de injecção assistida!!
Comunmente designadas por salas de chuto (segundo parece trata-se de calão dos toxicodependentes)...

De frisar que os diabéticos nem sequer as seringas para a insulina eram comparticipadas pelo Estado, mas já o toxicodependentes tinham o privilégio de ter seringas de graça.
Agora têm o privilégio de obter a dosesinha a título gratuito.

Este é o nosso Estado de Direito.
Esta é a nossa edilidade que acolhe este tipo de assistência.
Este é um percurso sinuoso que, pessoalmente vejo, no futuro a colher as más sementes que está a lançar.



MP

A propósito de "teatro", e para despolitizar o ambiente ...

Um cheiro a Molière, o verdadeiro. Ei, será que alguém na CML pode esclarecer em que pé está o famoso projecto para as antigas instalações d' A Capital, no Bairro Alto?

É que os bons dos Artistas Unidos foram desalojados de lá pela antiga vereação com a promessa de que logo, logo, a casa entraria em obras para próxima e futuramente os albergar de novo, com o seu projecto, mais do que merecido. Isto foi em 2002.

Passada uma vereação inteira, e quase metade de outra, a verdade é a seguinte: os Artistas Unidos continuam em bolandas, e o edifício d' A Capital em avançado estado de decrepitude. Haja vergonha!

Paulo Ferrero

Não sei, não ...

Verdade, verdadinha, o pior que pode acontecer a Lisboa é cair-se numa situação "à la" Setúbal (com pedido de desculpas a Bocage, ao Vitória e ao Convento de Jesus, esse fabuloso monumento tão "bem tratado" por sucessivos governos). Não quero ver aplicado a Lisboa o ditado "pior a emenda que o soneto".

Paulo Ferrero

O Que Eu Acho

Quem merece mesmo um grande síssimo chuto é a CML ...
Jorge Ferreira

"Museu do Design e da Moda abre em 2008"

O facto da Colecção Capelo (*) ir ter poiso definitivo é uma boa notícia, excelente, mesmo. Aliás como a do poiso para a Colecção Berardo. Só que tal como a segunda também a primeira está já estigmatizada com a dúvida da praxe: será que os meios justificaram os fins?

Ou seja, nesta caso da Colecção Capelo, será que alguém já explicou porque razão aquilo que supostamente tinha sido sempre mencionado como dádiva e já propriedade da CML (que só não a expunha por não ter espaços), passou a ser comprado pela CML?

Alguém também já explicou em que pé está o imbróglio criado por alturas da compra do palácio por PSL, imbróglio esse relativo a um cidadão holandês também interessado no dito palácio, e que, segundo notícias publicadas, ameaçara a CML de processo judicial por PSL ter exercido tardiamente o direito de preferência na compra?

Finalmente: como é que um palácio como o de Santa Catarina, que nada tem a ver com design e moda (muitos, que não eu, consideram-no mesmo piroso); um palacete sujeito e sérios problemas de correntes de ar e levando sol de chapa como leva, está vocacionado para ser museu? Acaso iremos ter um museu de portadas cerradas?

Paulo Ferrero

(*) Foto: CML

Chutos e pontapés

Tem toda a razão do mundo, Carlos Medina Ribeiro. Há muito que se perdeu toda e qualquer noção do cumprimento da lei, quanto mais de autoridade. Facilitar é o que está a dar. Facilita-se tudo, a começar pelo uso do automóvel ... passando lixo caseiro junto aos vidrões (perdão, saiu qualquer coisa sobre isso nos jornais, parece que agora é que vão ser elas, vem aí a multa! Em que século? como e a que horas virá?), pela adulteração do logradouro com barracas, entulho e, muitas vezes, escritórios de empresas (como acontece em prédio de ex-vereador), ou por aqueles que circulam nas ruas muitos km/h acima do permitido por lei e, pior, a deitar fumo negro pelo escape, mas, claro, exibindo a estampilha verde de "inspeccionado" pela IPO.

As salas de chuto são o corolário lógico desse encolher de ombros., pelo que as drogas apenas são mais um virar de página, funesto, é certo, mas inevitável. A outro nível, temos aquele caso paradigmático da Junta de Belém, que convida todos nós a estacionarmos em cima dos passeios, quando formos ali para os lados do Restelo e dos Jerónimos. Vivemos num mundo de pernas para o ar?

Paulo Ferrero

Salas de chuto

O CERNE da questão é que os estados, por esse mundo fora, já se demitiram da verdadeira luta contra o flagelo da droga e passaram a uma fase de controlo de danos, na senda do «se não se consegue impedir, então legalize-se e faça-se como deve ser», e aí temos Rui Rio a legalizar os arrumadores, o Ministério da Justiça a dar seringas aos presos, etc.
Por cá, até já há jurisprudência: não foi Jorge Sampaio - emérito jurista - que resolveu o problema de Barrancos exactamente dessa forma sábia?
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C. Medina Ribeiro

Onde localizar as salas de chuto?

A propósito do post de JCF sobre as salas de chuto, apenas quero sugerir ao Presidente da CML que, a fim de evitar protestos de moradores, mais ou menos inflamados (os protestos, digo), dos locais pré-destinados, instale uma das referidas salas no largo onde morou, no Bairro de São Miguel, ali mesmo onde funciona aquela bomba de gasolina manhosa.

Exactamente no mesmo bairro onde os carros se amontoam em cima dos passeios, buzinam a torto e a direito, estacionam em segundo fila, e onde se subdivide apartamentos de 5 assoalhadas para 3 de 2 ou 2 de 3, à vontade do freguês (um exemplo da "Lisboa de Bairros", pois então!).

Em relação à outra sala, proponho o terreno imediatamente em frente à casa de José Sá Fernandes, ali em frente ao Quarteto (tem piada a proximidade geográfica, não tem?), onde, por sinal, andou até há pouquíssimo tempo um tal de cantoneiro, assalariado da Junta de Alvalade, a destruir o rebordo do relvado e as lajes de pedra para instalação de um "moderníssimo" sistema de rega... o que pode vir a ser útil para a sala em questão.

Paulo Ferrero

Ler Os Outros (1)

"O senhor Sérgio Lipari Pinto, dizem os jornais, é vereador na câmara de Lisboa e teve uma ideia. Quer criar salas de chuto, ele prefere chamar-lhes Instalações de Consumo Apoiado para a Recuperação e isso já é todo um programa. Mas isso ainda seria o menos se o senhor Lipari não pretendesse instalar as tais instalações numa tal Quinta do Lavrado e também no Bairro do Charquinho. A Quinta não sei onde fica, mas o Charquinho fica-me aqui à porta de casa. E desde já informo o senhor Lipari que, pela primeira vez na vida, encaro a possibilidade de me envolver activamente numa causa pública - impedir que o Charquinho alguma vez venha a ter tal Instalação e, em alternativa, que tal Instalação seja instalada na sala de estar do senhor Lipari. Que, de resto, deverá ter seguramente mais condições para o efeito que o Charquinho. Vocês talvez não conheçam, mas o Charquinho é um bairro social em Benfica que conseguiu sair da penumbra, tem espaços verdes, instalações públicas várias e, especialmente, um sossego a que todos deveríamos ter direito. Transformar o bairro e a zona envolvente em zona de circulação de toxicodependentes é coisa que não aceito. Não sei se as salas de chuto são ou não a solução, sei que contaminar a vida banal de um cidadão com o tráfico e consumo de droga é inaceitável. O senhor Lipari que vá brincar às salas de chuto na Praça do Município. Alucinados qb há por lá aos montes."
João Morgado Fernandes, no French'kissin.

Revista De Imprensa (23)

A Câmara Municipal de Lisboa executou menos de 30 por cento do plano de actividades previsto para este ano, revela hoje o Jornal de Negócios. Confrontado pelo jornal com as baixas taxas de execução, o vice-presidente da autarquia, Fontão de Carvalho, escusou-se a confirmar esses valores e assinalou que "o ano ainda não acabou".
Despacho: informe-se o Senhor Vice-Presidente que faltam 31 dias para o final do ano civil corrente.
Jorge Ferreira

Revista de Imprensa (22)

1. O presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues (PSD), negou, quarta-feira, que a EPUL tenha pago indevidamente cerca de oito milhões de euros ao Benfica, para construção dos ramais de ligação às infra-estruturas do novo estádio. Carmona Rodrigues afirmou, num comunicado distribuído durante a reunião do executivo municipal, que foi cumprido o contrato-programa acordado entre a Câmara e Sport Lisboa e Benfica, conforme consta de um relatório do Tribunal de Contas.
Fonte: Lusa
2. A oposição na Câmara de Lisboa condenou hoje a decisão do executivo municipal de encerrar as bibliotecas à segunda-feira, mas o vereador da Cultura, Amaral Lopes (PSD), justificou a medida com o funcionamento dos equipamentos ao sábado. O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, pediu a suspensão do despacho dos vereadores Amaral Lopes e Marina Ferreira, que estabelece que as bibliotecas municipais passarão, a partir da próxima semana, a abrir ao sábado e encerrar à segunda-feira.
Fonte: Lusa
3. O ministro das Obras Públicas e Transportes, Mário Lino, avançou, hoje, que o Governo pretende ter a funcionar em 2007 as autoridades metropolitanas de transportes de Lisboa e Porto, entidades públicas com competências de planeamento do sector. "Penso ter as autoridades metropolitanas de transporte a funcionar em meados de 2007", referiu. O anúncio foi feito durante um debate sobre Acessibilidades no Concelho de Sintra, organizado pelo Diário de Notícias e TSF, no Centro Cultural Olga Cadaval, que terminou hoje de madrugada.
Fonte: Lusa
Jorge Ferreira

Efemérides (5)


Fernando Assis Pacheco


30 de Novembro de 1995: morre, em Lisboa, Fernando Assis Pacheco, 58 anos, jornalista, poeta, romancista, autor de "Cuidar dos Vivos", "Catalabanza Quilolo e Volta", "Walt", "Trabalhos e Paixões de Benito Prada".

Jorge Ferreira

Efemérides (4)

Fernando Pessoa

30 de Novembro de 1935, morre, em Lisboa, o poeta português Fernando Pessoa, criador de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e ainda de Bernardo Soares e Alexander Search.
Jorge Ferreira

quarta-feira, novembro 29, 2006

O Basílio da questão é que:

Esta gente não tem educação.

Focus, 29 Novembro, p-15

Focus: Está a englobar o Túnel do Marquês que deveria ter aberto há já dois anos?
Fontão de Carvalho: Houveram variadíssimas vicissitudes alheias à nossa vontade (…)

(eu diria que as coisas que houveram foram alheiras à nossa vontade)

Pedro Policarpo

Adivinha


APESAR DE SER um "prédio de arquitecto", o nº 156 do Campo Grande foi, em tempos, ornamentado com as inevitáveis marquises de alumínio - ficando como se vê na imagem.
Não se conformando com isso, um condómino protestou, e a questão acabou por ir parar a tribunal.
Ao fim de três sessões (!), e uma vez provada a clandestinidade da "coisa", o queixoso ganhou a acção.
Passei por lá esta tarde, e sugiro aos leitores que tentem adivinhar:


Como é que está "a coisa" actualmente?
Foi respeitada a decisão do tribunal e as marquises foram retiradas

Foi respeitada a decisão do tribunal e as marquises estão a ser retiradas

Está tudo na mesma
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C. Medina Ribeiro

Lisboa: motivo para fim da coligação




«Descontinuidade ou quebra do acordo» PSD-CDS, diz Carmona Rodrigues, que hoje falou do assunto pela primeira vez em sede de órgãos autárquicos

A Câmara de Lisboa está reunida para apreciação de perto de 40 propostas. Iniciada a sessão às15 horas, as primeiras horas estão a ser dedicadas á análise de assuntos não agendados, como é habitual e como deve acontecer. Mas os trabalhos arrastam-se sempre bastante, com prejuízos diversificados. Ou seja: neste momento decorre ainda e decorrerá a sessão pública mensal de Novembro, que se encontra nos primeiros pontos da ordem de trabalhos.
O assunto mais relevante do ponto de vista político, nesta parte da sessão, pode ter sido a «resposta» de Carmona Rodrigues pedida na Assembleia Municipal por Maria José Nogueira Pinto, hoje ausente.
Mas, mesmo não estando presente MJNP, como o próprio referiu logo no início da sua intervenção (feita há uma hora e meia atrás), o Prof. Carmona Rodrigues, hoje, falou da quebra do acordo que mantinha com a vereadora do CDS de modo a viabilizar uma maioria na Câmara.

Foram apenas quatro minutos. Mas acho que foram muito duros. Não pelo tom, que foi afável, como sempre, mas pelos conteúdos...
Disse a dado momento o Presidente da CML, mais ou menos literalmente, o seguinte: «Ponderei bem. O que fiz, foi por haver descontinuidade ou quebra do acordo que existia». Isso, frisou, devido à forma como decorreu a votação da proposta da SRU da Baixa-Chiado.
«Tão só», sublinhou Carmona, que hoje negou qualquer ingerência de Marques Mendes no assunto.
Duas novidades, portanto, comparando estas declarações com outras e com o que vem sendo dito. Primeira: Marques Mendes é aqui expressamente poupado e adeus recentes picardias de Menezes e de Santana Lopes. Segunda: se o acordo falhou foi por exclusiva responsabilidade de Nogueira Pinto. Tudo isso, claro, na interpretação da situação hoje feita publicamente por Carmona Rodrigues em sede de órgão de Poder Local – o que, nesta sede, acontece pela primeira vez.
«O acordo tinha certas premissas», recapitulou o edil, que disse entender que «já não havia o espírito que havia desde Janeiro para entendimento partidário», mas que a presente situação «não fere ou impede o entendimento entre os dois partidos».

José Carlos Mendes

Manif.

Vimos por este meio convocar todos os que não concordam com a política da CML, nem com a forma como trata os munícipes, que estacionem o seu automóvel em segunda fila.
As ruas designadas para a iniciativa, a decorrer durante o dia de amanhã, são as seguintes:
- Rua da Madalena (aproveitem para verificar a reabilitação feita pela vereação anterior)
- Avenida Almirante Reis (na antiga Avenida Dona Amélia, chama-se a atenção para o troço entre os Anjos e o Martim Moniz, aqui o estacionamento deve ser realizado, como normalmente, na faixa mais à esquerda por causa do eléctrico.
- Avenida João Crisóstomo e Avenida Miguel Bombarda (neste caso o estacionamento deverá ser feito, como normalmente, à esquerda e à direita, visto que são ruas com 3 faixas num único sentido).

Está na Hora, Está na Hora!

pelo MUC (Movimento sem Urbanidade mas pela Cidadania)
Pedro Policarpo

p.s. durante o dia de amanhã darei conta da adesão dos lisboetas a esta iniciativa

Agenda Para Amanhã

O aniversário da Casa Fernando Pessoa.

Jorge Ferreira

Revista De Imprensa (21)

Senhoras e Senhores, Aos Vossos Lugares...
A temporada lírica do Teatro Nacional de S. Carlos, em Lisboa, abre amanhã com "Cosi Fan Tutte", de Wolfgang Mozart, estando marcadas seis récitas daquela ópera até dia 09 de Dezembro. A greve às horas extraordinárias dos técnicos do S. Carlos, "não afectará qualquer das representações de 'Cosi Fan Tutte'", disse à Agência Lusa um porta-voz da direcção do Teatro. Segundo a mesma fonte, os bilhetes para as seis récitas "estão praticamente esgotados" e também "já foram vendidos muitos bilhetes" para as outras sete produções da temporada, que se prolonga até 04 de Julho de 2007. O Teatro de S. Carlos, a mais famosa casa de ópera do país, inaugurada em 1793, tem cerca de 850 lugares. O preço dos bilhetes para cada um dos cerca de 40 espectáculos da temporada 2006/07 varia entre 25 e 75 euros. Já depois da apresentação da temporada, o orçamento do S. Carlos teve u m corte de 682 milhões de euros, mas o director do teatro, Paolo Pinamonti, garantiu que os oito títulos anunciados no início do Verão mantêm-se.
Fonre: Lusa
Jorge Ferreira

Três visões poéticas de Lisboa

Descubra o que existe e o que já se foi. Paradoxalmente actuais. E o melhor anti-clubite, anti-stressante e anti-inflamatório que existe:

"Lisboa. Uma fila de táxis esperava em frente da gare e ele disse a um dos motoristas: "leve-nos a passear". Nadine apertava-lhe o braço e dava gritos assustados, enquanto desciam em velocidade que parecia vertiginosa as ruas abruptas onde rangiam carros eléctricos. Uma cidade do sul, uma cidade ao mesmo tempo ardente e fresca que continha no horizonte a promessa do mar e do vento salgado varrendo-lhe as colinas. Era bela esta capital de coração tranquilo e desordenados altos e baixos com casas de cores frescas, e com os seus grandes e brancos barcos." (Simone de Beauvoir, em «Os Mandarins», 1954)

"Sexta-feira, 7 de Abril. Dia verdadeiramente magnífico. A cidade é arejada e limpa, de uma brancura resplandecente. cada rua tem praticamente a sua linha de carros eléctricos rápidos, de modo que, fazer aqui turismo é delicioso. Conseguimos referenciar-nos com facilidade, sabendo depressa como orientar-nos. Nem foi preciso voltar a bordo do Madeirense. Foi uma verdadeira graça. De tarde visitámos o Cemitério Inglês situado no alto de uma colina, na orla de um parque. É um local absolutamente deslumbrante, perfumado pelas flores, tão sombreado e verde num dia de tanto calor, que nos deixámos ficar um bom momento. Abrimos a gaiola de um pássaro que cantava junto do túmulo de Fielding, um gesto de pura piedade. À noite, tomámos o comboio para Sevilha." (Virginia Woolf)

"Nunca em nenhum país ouvi apelo mais melancólico, mais dilacerante que o de o amolador de lisboa. Anuncia a sua passagem tirando de um flauta de pã alguns sons de uma tristeza perturbadora, longos, incertos, e subitamente abafados num apelo agudo como uma canção ferida. O amolador assobia o seu desespero, sobretudo nas tardes calmosas quando o sol adormece as grandes árvores e uma brisa vítrea acaricia as calçadas. Dir-se-ia o último homem vivo acompanhado da sua mágoa numa cidade abandonada. E volto a ouvi-lo ao crepúsculo quando o ar retoma a sua transparência e começam a fumegar as árvores cheirosas. É, sem dúvida, a expressão mais acabada da saudade." (Mircea Eliade)

Paulo Ferrero

Agenda (2)

18h Leilão de Relógios, Pratas e Jóias. Organização da Horas Ritmadas, Lda. No Hotel Villa Rica (Av. 5 de Outubro, 295).
18h30 A Criação Intercultural. Debate integrado na iniciativa Lisboa Mistura. Participam Rui Miguel Abreu (jornalista), José Luís Peixoto (escritor), António Pires (encenador), Kalaf (músico) e o DJ Johnny. No Cinema S. Jorge.
18h30 Performance/Multimédia: Relação entre a performance e as novas tecnologias. Conferência do artista plástico Pedro Tudela. No Pequeno Auditório da Culturgest. Entrada gratuita.
18h30 O Fim da Televisão (tal como a conhecemos). Debate da iniciativa É a Cultura, Estúpido!, com Manuel Falcão, Francisco Rui Cádima, Nuno Artur Silva, Pedro Mexia e Nuno Costa Santos. No Jardim de Inverno do São Luiz Teatro Municipal (R. António Maria Cardoso, 38). Entrada livre.
19h Comunidade de Leitores. A Livraria Almedina do Atrium Saldanha (Pç. Duque de Saldanha, 1) propõe, nas primeiras e últimas quartas-feiras de cada mês, a leitura e análise de um livro de ficção portuguesa contemporânea. Fantasia para Dois Coronéis e Uma Piscina, de Mário de Carvalho, é a obra escolhida para a sessão de hoje.
21h Música em São Roque. Concerto da Polyphonia Schola Cantorum, acompanhada pela Orquestra Concentus Musicus de Lisboa. Obras de Francisco António de Almeida, Carlos Seixas e Mozart. Na Igreja de São Roque (Lg. Trindade Coelho).

Fonte: Público

Jorge Ferreira

Revista De Imprensa (20)

1.
Comerciantes da Baixa lisboeta aplaudiram hoje as iniciativas camarárias para dinamizar a zona na época do Natal, mas mostraram-se pouco receptivos a prolongar o horário por preverem uma escassa afluência de visitantes durante a noite. A dinamização da baixa, promovida por uma agência em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), inclui a colocação de uma tenda gigante na Praça da Figueira, que vai acolher espectáculos e uma ludoteca, e um espectáculo multimédia diário no Rossio das 18:30 à meia-noite. Ao apresentar as acções de dinamização, a Agência para a Promoção da Baixa-Chiado revelou ter já apelado aos comerciantes para que prolonguem o horário dos estabelecimentos até às 22:00, para responder ao movimento esperado, um total calculado em 10 milhões de visitantes durante o mês de Dezembro. No entanto, Vítor Godinho, empregado na "Ourivesaria Lisboa" há 35 anos, duvida da eficácia da medida: "não é por isso que vai haver mais movimento", disse à Lusa.
Fonte: Lusa
2.
O projecto de revitalização da Baixa-Chiado, cuja aprovação constava da ordem de trabalhos da reunião de ontem da assembleia municipal, vai ser apreciado em seis comissões especializadas. A decisão foi aprovada por todos os partidos, com excepção do CDS/PP, que propôs e viu chumbada a criação, em alternativa, de uma comissão eventual para análise do projecto. Vários deputados do PP e alguns do PSD manifestaram o receio de que a metodologia aprovada venha a fazer arrastar a aprovação do projecto. As comissões não têm prazo para produzir os seus relatórios, embora lhes seja pedida "brevidade". Por parte do Governo, o projecto também não deverá andar com a celeridade que Carmona desejaria.
Fonte: Público
3.
O Metropolitano de Lisboa volta a parar nos dias 19 de Dezembro, 9 e 11 de Janeiro, devido a novas greves convocadas pelos cinco sindicatos representativos dos trabalhadores, depois de fracassadas as tentativas de entendimento com o conselho de gerência presidido por Joaquim Reis. Na origem destas paralisações, e das outras sete já realizadas desde o início do ano, está a reivindicação dos sindicatos de que seja prorrogada a vigência do acordo de empresa (AE) até 2011. As três paralisações ontem marcadas vão ter lugar no período entre as 6h30 e as 11h30, durante o qual deverá ser interrompida a circulação do metro.
Fonte: Público
Jorge Ferreira

As Fardas

Vós, ingratos eleitores, queixai-vos de quê? De que dívida insanável? De que tanga inultrapassável? De que corrupção impunível? De que suspeitas infundadas? Tereis motoristas municipais com carro novo e farpela à medida, reluzente... Pobretes mas bonitetes!
Jorge Ferreira

Revista De Imprensa (18)

Os 49 motoristas da Câmara Municipal de Lisboa, afectos aos gabinetes da vereação, vão usar farda: fato completo, azul escuro ou cinzento, que deverá estar pronto quando da chegada dos novos automóveis.
Fonte: Correio da Manhã
Jorge Ferreira

Revista De Imprensa (17)

Os técnicos de natação do Departamento de Desporto da Câmara de Lisboa, espalhados pelas piscinas municipais da cidade, não recebem o ordenado há três meses.
Fonte: Correio da Manhã
Jorge Ferreira

Acabou-se a torre na marina de Cascais!

Perdoem-me puxar um concelho que não Lisboa para este blogue, mas acontece que a notícia me deixa muito contente.

António Capucho acaba de emitir um comunicado informando que o projecto de reconversão da marina de Cascais (essa enormidade, esse crime ambiental e urbanístico de Judas & Cia.) já não terá qualquer construção em altura.

Assim, o comunicado do Presidente da CMC é uma EXCELENTE notícia, exactamente no dia em que a petição contra a torre na marina é entregue ao Dr. António Capucho.

Uma vitória da cidadania cascalense, que já muitos duvidavam que ainda existisse, depois dos crimes ambientais, paisagísticos, urbanísticos e de pura fraude por que Cascais passou noutros tempos.

E é a prova do bom senso do Presidente Capucho, do seu espírito verdadeiramente democrático e do seu profundo amor e respeito por Cascais e pelos cascalenses.

A Cidadania por Cascais, essa manter-se-á, por aqui , pelo menos!

Paulo Ferrero

Efemérides (3)

Em 29 de Novembro de 2005, morre Manuel de Brito, aos 77 anos, o mais antigo galerista português, fundador da Galeria 111, em Lisboa, importante coleccionador e dinamizador da arte portuguesa contemporânea.
Jorge Ferreira

Efemérides (2)

Junot

Bonjour messieurs! Em 29 de Novembro de 1807 as forças francesas entraram em Lisboa. A regência foi substituída pelo poder da Junta do chamado El-Rei Junot.
Jorge Ferreira

Agenda (1)

A exposição Fantasmas reúne, pela primeira vez, no mesmo espaço, uma selecção de filmes, vídeos, fotografias e desenhos de Nuno Cera, entre os quais figuram cinco trabalhos inéditos. Pode ser vista no Centro Cultural de Belém, ali à Praça do Império, até 25 de Fevereiro, de 3.ª a Domingo, das 10 h. às 19.h. A entrada custa 3 euros.
Jorge Ferreira

Revista De Imprensa (16)

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, hoje, o aluguer de um edifício para albergar a colecção do Museu do Design, enquanto decorrem o concurso público e as obras para a sua instalação no Palácio de Santa Catarina. O aluguer do edifício, na Avenida Infante D. Henrique, Freguesia de Santa Maria dos Olivais, com uma renda mensal de 10.164 euros, foi aprovado com os votos favoráveis do PSD e do PS, os votos contra do PCP, PEV e Bloco de Esquerda (BE) e a abstenção do CDS-PP.
Fonte: Lusa
Jorge Ferreira

terça-feira, novembro 28, 2006

Loteamento de Marvila e «mais-valias»




Para quem ainda não tenha adquirido qual o interesse municipal na aprovação do loteamento de Marvila ou do da Infante Santo ou de outro qualquer, e tanto mais interesse quanto maior for o volume de construção, fica aqui um lamiré. Não passa disso. Mas vale a pena «perceber» estes mecanismos: eles constituem mais um (apenas mais um) dado na análise.
Primeiro passo: o cidadão pergunta à Câmara se no sítio tal pode construir e o quê. Chama-se a isso, «pedido de informação prévia». Foi isso que a Obriverca / Lismarvila pediu. A CML respondeu: «Olhe, já votámos. Aqui pode candidatar-se a construir isto. Faça lá os projectos e traga-mos cá para aprovação». É mais ou menos assim. E, no caso concreto, é nisto que estamos.
Aí, começa a «pingar» dinheiro e outras coisas para a Câmara.
E, se o processo não for interrompido, é isso que vai começar a acontecer com a Lismarvila: vai começar pagar um alvará de loteamento, depois, depois uma licença de construção, depois a CML vai fazer contas para saber o que é que a Lismarvila vai ter de pagar pelo benefício do uso de infra-estruturas públicas (água, saneamento, rede de águas pluviais incluídas, etc.). É a célebre TRIU. Mas há mais: o Município vai calcular que equipamentos deve este loteamento suportar ou, no caso em apreço, que verba deve a Lismarvila pagar à Câmara para que esta assegure, com outros loteadores ou por si mesma e à sua custa, para que os futuros utentes do loteamento, depois de construído, venham a ter uma qualidade de vida normal, escolas e creches, jardins e equipamentos culturais e desportivos incluídos.
Era a todo este conjunto de cedências etc. que até há uns anos se chamava «as mais-valias». Em boa parte, não havia legislação que estatuísse neste campo: tudo era obtido por negociação discricionária das câmaras com os loteadores. Hoje já há legislação quase para cada fase do processo.

São verbas elevadas.

Por isso, se não tivermos uma perspectiva global das coisas, pode alguém pensar que é um «bom negócio» para Lisboa. Mas não se pode ver a coisa só assim. No caso concreto, essa visão manifesta-se demasiado estreita: se os efeitos da deliberação não forem travados, o erário público (Orçamento do Estado) terá de desembolsar muitos milhões de indemnização à Lismarvila. Ora nunca se pode esquecer que o dinheiro público é um só: vem todo dos impostos. Que adianta ao País que a empresa pague uns milhares ou centenas de milhares à CML, se depois o Governo terá de pagar dezenas de milhões à empresa?
Bom negócio, sim e para alguns, mas péssimo para o nosso dinheiro…
Só uma mentalidadezinha apertada podia vir agora tentar convencer-nos de que a CML fez bem porque se safou.
Não. A CML fica sempre mal nesta foto…
Dê também uma saltada ao «Diário de Notícias».
(Foto: Blog Tugir)

José Carlos Mendes

Pergunta com prémio

NESTA IMAGEM, vê-se um dos inúmeros ciber-pontos que, em boa-hora, foram semeados pelas estações dos CTT de todo o país:

Uma etiqueta pequena informa o contribuinte que o sistema foi «Co-financiado pelo FEDER e pelo Plano Operacional para a Sociedade do Conhecimento»; e um letreiro maior esclarece, também:

Ora sucede que eu tenho comigo um cartão Netpost, para usar nesta coisa e nas máquinas de venda de selos (que me custou 5,49€ e ainda tem algum saldo)...

...e que ofereço, com muito prazer, à primeira pessoa que me indique uma estação dos CTT (de preferência na área de Lisboa) onde exista uma máquina destas a funcionar.
.
C. Medina Ribeiro

AMTL: CML - Governo

Esta notícia do Diário Digital: Câmara de Lisboa acusa Governo de centralização dá-nos conta do conflito/atrito existente, uma vez mais, entre a CML e o Governo a propósito da Autoridade Metropolitana dos Transportes de Lisboa (AMTL).

Segundo consta da notícia, o diferendo resulta da alegada centralização pelo Governo das competências da referida entidade.

Da parte da CML -

Marina Ferreira, vereadora da Mobilidade, defende que «há uma clara subvalorização da Câmara de Lisboa neste novo modelo de AMT», o qual é composto por dois membros do Governo e um da Junta Metropolitana de Lisboa. De fora fica a autarquia lisboeta, «a principal geradora de mobilidade» na capital.

Marina Ferreira, que foi a última presidente da comissão instaladora da AMTL, salienta que «em vez do Governo entrar um conflitos verbais com as autarquias, em particular com a CML, devia ter uma atitude de maior responsabilidade e consideração para com os lisboetas».


(...)

Para a vereadora da Mobilidade, essa estratégia passa por o Governo «assumir uma responsabilidade política. É lamentável que haja um conjunto de projectos que poderiam melhorar a qualidade de vida dos milhares de pessoas que diariamente circulam na Área Metropolitana de Lisboa, que não custam dinheiro, mas que têm vindo a ser sucessivamente adiados».

Exemplo disso é a utilização dos parques, como dissuadores, do Sporting e do Benfica, proposta que inclui a criação de um passe combinado para estacionamento e metro, e que aguarda «há um ano pela aprovação da tutela».

Mesmo não estando representada na AMT, a Câmara de Lisboa defende que para a cidade é fundamental alargar as redes da Carris e do Metro e criar uma rede de eléctricos rápidos, algo que, defende a autarca, só é possível mediante uma articulação entre todas as entidades, incluindo o Governo.


Da parte do Governo -

Para a secretária de Estado dos Transportes, o objectivo é centralizar na AMTL várias competências «que se encontram dispersas por diversos organismos da administração central e local», desenvolvendo, segundo Ana Paula Vitorino, «uma estratégia de mobilidade integrada".


Distancio-me das estratégias políticas puras e duras de ambas as partes, para dizer o seguinte:

Espremendo todo o conteúdo o resultado líquido é quase nulo.

Constitui-se mais uma entidade pública, que vem acrescentar às já existentes, e que na prática resultam em nada, i.e., não se vêm resultados práticos da sua existência.

Os comuns mortais contribuintes e munícipes, uma vez mais, não vêm os seus problemas resolvidos pelas entidades públicas.
Aquilo a que se assiste, apenas e somente, é à guerrilha e disputa de um pseudo poder (menor, a meu ver) nas pretensas competências!

Sucede que com competências veêm obrigações e deveres que são, muitas das vezes, desvalorizados e incumpridos - se assim não fossem veríamos resultados concretos e resolução dos problemas.

As pretensões teóricas da CML são meritórias, uma vez que é suposto ser o Estado mais próximo da realidade e, supostamente, mais conhecedor da situação e deter soluções para a sua resolução.

Já quanto às pretensões práticas ...

Mais uma guerrinha palaciana.



MP

Museu de Arte Popular:



S.O.S. enviado ao Presidente da República, à Assembleia da República (Presidente e Comissão Parlamentar), à Comissão Europeia (Presidente, Comissário da Cultura e Comissária pela Cidadania) e Parlamento Europeu (Presidente). Aqui!

Paulo Ferrero

segunda-feira, novembro 27, 2006

Revista De Imprensa (15)

Numa nota enviada à Agência Lusa, Carmona Rodrigues afirmou que «Lisboa perdeu um dos seus grandes cultores», marcado pela «inquietude criativa», e que a cidade «deve muito» a «um dos mais inspirados artistas do surrealismo português».Carmona Rodrigues comprometeu-se ainda a atribuir o nome de Mário Cesariny de Vasconcelos a «um relevante equipamento cultural da cidade de Lisboa».Tal como aos surrealistas, «[a Mário Cesariny] e à sua polémica obra de vemos parte da contemporaneidade e cosmopolitismo de que Lisboa hoje se orgulha», afirmou o autarca.A autarquia «partilha a tristeza» de amigos e familiares do poeta, que morreu hoje de madrugada aos 83, após doença prolongada, declarou.
TSF on line
Jorge Ferreira

Revista De Imprensa (14)

O funeral do poeta e pintor Mário Cesariny já saiu do Palácio Galveias para o cemitério dos Prazeres. Poemas da autoria deste grande nome das artes foram, esta segunda-feira, recordados por vários actores.

O corpo do poeta e pintor, falecido no domingo, esteve em câmara ardente no Palácio Galveias. Os actores Luís Lucas, Eunice Muñoz e João Grosso leram alguns poemas de Cesariny, uma das vozes maiores da poesia portuguesa e figura marcante do Surrealismo em Portugal.Presentes no local estavam na altura amigos, familiares e admiradores do poeta. Rodeado de livros - o corpo foi velado na Biblioteca do Palácio - o caixão do poeta, falecido aos 83 anos, tinha também ao seu lado coroas de flores, deixadas, sobretudo, por amigos, nomeadamente das galerias Perve e Almadarte e da sua editora, Assírio & Alvim.O deputado socialista e poeta Manuel Alegre, a deputada do CDS/PP Teresa Caeiro e o ex-presidente da Câmara Municipal Lisboa, João Soares, foram algumas das figuras públicas que se deslocaram ao Palácio para a última homenagem ao poeta e pintor.
TSF on line
Jorge Ferreira

O País estará ainda mais a saque do que eu penso?

Aprovação do loteamento de Marvila pode contrariar o Plano Director Municipal de Lisboa...

… E, nesse caso, a votação feita na sessão de quarta-feira passada será nula.

Sou daqueles que defendem que as normas do PDM funcionam e devem ser tidas como parte de um sistema. Não uma a uma. Por isso defendo, com outros, que a aprovação (repito: a aprovação) do loteamento contraria o sistema de normas do PDM concatenadas no seu Regulamento. Isso, mesmo que o loteamento em si estivesse tecnicamente bem concebido. Isto, do ponto de vista meramente jurídico, sem aquilatar agora do seu mérito arquitectónico ou da sua qualidade urbanística – que muita gente considera muito má. Mas atenção: já vi por aí defender que o loteamento contraria ou não respeita o PDM. E já ouvi que até estará legitimado pelo Plano do Vale de Chelas. Mas o PDM é posterior e de grau mais elevado.

Explico em três linhas: este loteamento não está sozinho no local: há outros na calha, ainda não aprovados e que talvez nunca o venham a ser, por causa exactamente da linha do TGV, da futura ponte e da eventual futura estação do TGV naquela zona. E é aqui que bate o ponto: é que os equipamentos exigidos pelo PDM recairiam todos (todos, atenção) em cima dos outros loteamentos, designadamente um, contíguo – os tais ainda não aprovados e que talvez nunca venham a sê-lo…

Por isso, nada feito: é exactamente nestes casos que o PDM obriga a Plano de Pormenor, para que as coisas funcionem em harmonia.

Vai de certeza haver quem venha a argumentar isto em sede judicial.
… E, nesse caso, a votação feita na sessão de quarta-feira passada será declarada nula pelo primeiro juiz que analisar a questão.

Não haverá por aí, entre os autores de «O Carmo e a Trindade», quem queira pronunciar-se sobre esta visão da coisa?


Tenho a certeza de que muita tinta vai correr sobre este processo esquisito. E talvez Eduardo Rodrigues não arrecade os milhões que o Governo e a CML lhe quiseram objectivamente entregar de mão beijada. De forma escandalosa, quanto a mim.
Só não acontecerá isso se o País estiver ainda mais a saque do que eu penso.

José Carlos Mendes

Os mamarrachos da APL para o Cais do Sodré:


Voltando aos mamarrachos em pré-construção no Cais do Sodré, projecto do Arq. Taínha (sim, o mesmo que desenhou a demolição da casa de Garrett!) para a APL com vista à instalação das sedes da Agência Europeia de Segurança Marítima e do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (que o governo anterior apadrinhou e este anuiu, e esta CML disse ámen, comissariado incluído e que, recordo, correspondem, na prática, a um encaixe da APL de 185.000€/ano durante 25 anos!), eis o justíssimo protesto que consta no blog internacional do The INTBAU College of Traditional Practitioners (ICTP), rede internacional de construção, arquitectura e urbanismo. As fotos são a prova-dos-nove para aqueles que ainda não se aperceberam do efeito destes mamarracho no sistema de vistas, na mancha verde ali existente e no acesso público à frente ribeirinha.



Paulo Ferrero

Rigorosa... mente


O rigor no orçamento de uma obra pública

INFORMA-NOS o «Público» de ontem que se prevê que, em 2013, Lisboa venha a ter 672 908 habitantes...
NOTA: A crer no jornal, esse número tão "rigoroso" (que corresponde a indicar a distância do Minho ao Algarve, daqui a 7 anos, com o rigor de 1 metro) aparece num estudo do Instituto Superior Técnico.
.
C. Medina Ribeiro

domingo, novembro 26, 2006

Mário Cesariny

Partiu o poeta e pintor Mário Cesariny
RIP



Sou um homem
um poeta
uma máquina de passar vidro colorido
um copo uma pedra
uma pedra configurada
um avião que sobe levando-te nos seus braços
que atravessam agora o último glaciar da terra

O meu nome está farto de ser escrito na lista dos tiranos: condenado
à morte!
os dias e as noites deste século têm gritado tanto no meu peito que
existe nele uma árvore miraculada
tenho um pé que já deu a volta ao mundo
e a família na rua
um é loiro
outro moreno
e nunca se encontrarão
conheço a tua voz como os meus dedos
(antes de conhecer-te já eu te ia beijar a tua casa)
tenho um sol sobre a pleura
e toda a água do mar à minha espera
quando amo imito o movimento das marés
e os assassínios mais vulgares do ano
sou, por fora de mim, a minha gabardina
eu o pico do Everest
posso ser visto à noite na companhia de gente altamente suspeita
e nunca de dia a teus pés florindo a tua boca
porque tu és o dia porque tu és
terra onde eu há milhares de anos vivo a parábola
do rei morto, do vento e da primavera
Quanto ao de toda a gente - tenho visto qualquer coisa
Viagens a Paris - já se arranjaram algumas.
Enlaces e divórcios de ocasião - não foram poucos.
Conversas com meteoros internacionais - também, já por cá
passaram.
E sou, no sentido mais enérgico da palavra
na carruagem de propulsão por hálito
os amigos que tive as mulheres que assombrei as ruas por onde
passei uma só vez
tudo isso vive em mim para uma história
de sentido ainda oculto
magnífica irreal
como uma povoação abandonada aos lobos
lapidar e seca
como uma linha férrea ultrajada pelo tempo
é por isso que eu trago um certo peso extinto
nas costas
a servir de combustível
é por isso que eu acho que as paisagens ainda hão-de vir a ser
escrupulosamente electrocutadas vivas
para não termos de atirá-los semi-mortas à linha
E para dizer-te tudo
dir-te-ei que aos meus vinte e cinco anos de existência solar estou
em franca ascensão para ti O Magnífico
na cama no espaço duma pedra em Lisboa-Os-Sustos
e que o homem-expedição de que não há notícias nos jornais nem
lágrimas à porta das famílias
sou eu meu bem sou eu partido de manhã encontrado perdido entre
lagos de incêndio e o teu retrato grande!


- Mário Cesariny, Autografia

MP

Revista de Imprensa (13)

O presidente da Câmara de Lisboa considerou hoje que o Governo se deveria ter antecipado na definição de medidas preventivas para impedir um loteamento em Marvila num dos possíveis acessos à terceira travessia do Tejo.
Diário Digital
Jorge Ferreira

Revista de Imprensa (12)

A vereadora do CDS-PP na Câmara de Lisboa, Maria José Nogueira Pinto, responsabilizou hoje o Governo pela aprovação do loteamento em Marvila num dos possíveis acessos à terceira travessia do Tejo, ao não ter decretado medidas preventivas antecipadamente. Segundo Nogueira Pinto, a responsabilidade pela aprovação do loteamento «não é ónus da Câmara, é ónus do Governo e do poder central que devia desencadear as medidas que o pudessem ter evitado».
Diário Digital
Jorge Ferreira

Efeméride (1)

Em 1967, chuvas torrenciais abatiam-se sobre Lisboa e regiões limítrofes, causando cerca de 500 mortos e deixando milhares de pessoas sem abrigo, sobretudo entre as populações residentes nos inúmeros bairros de lata e degradados que rodeavam a cidade.
Jorge Ferreira

sexta-feira, novembro 24, 2006

Um palco chamado Lisboa

Esta Cidade é um palco.
Para toda a espécie de récitas.
Para toda a espécie de chamadas de atenção.
Nos últimos meses, as associações, os grupos, os reformados, os funcionários públicos, os sindicatos, em especial os dos professores, não têm dado tréguas ao palco chamado Lisboa.

Variam os modelos.
Diversificam-se os locais.
Ruas, praças, alamedas, parques...

Os enredos e as razões são muito variados.
O alvo, quase sempre o mesmo: o inquilino de São Bento.

Diversidade para combater a monotonia.
Alegorias para alargar o universo dos actores-combatentes.
O que cada qual lhes chama, é insondável.
Ele é conferências, manifs, concentrações, cartazes, outdoors, placards, mupis, pichagens, até graffiti, inscrições, cordões humanos, sanduíches humanas, desfiles, foruns, passeios, passeatas, caminhadas a ver as montras, protestos gerais...

Repetem-se as representações.
O alvo, repito, é quase sempre o mesmo: o inquilino de São Bento.

Sócrates anda nervoso.
E tem razão.
Razão, não: razões.

Nos palcos de Lisboa, ele está sempre à boca de cena.
Ou no fosso da orquestra.

Nos palcos de Lisboa.
Excepto no de Belém, onde vê a peça do camarote presidencial.


José Carlos Mendes

RASTRILLO 06 - NOVO FUTURO




A Associação Novo Futuro é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, reconhecida de superior interesse social que se reje pela Lei 147/99 de 1.9.99 (Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo) promove a educação, formação e desenvolvimento social de crianças e jovens privados de um ambiente familiar adequado, acolhendo-os em pequenos lares de tipo familiar e preparando-os para a vida através do desenvolvimento de projectos de vida individuais, tendo em conta as aptidões e competências de cada um.

É filosofia da Novo Futuro que estas crianças / jovens só saiam da Associação quando forem autónomas o que, em média, representa um período mínimo de permanência de 15 anos.
O Projecto Novo Futuro, implica o assumir de responsabilidades que incluem o acompanhamento ao nível do desenvolvimento físico (alimentação, cuidados de saúde e higiene), psicológico (equilíbrio emocional, desenvolvimento cognitivo e afectivo) e social (actividades escolares, desportivas, ocupação de tempos livres e de férias). Tais objectivos implicam um esforço financeiro elevado, que tem de ser assegurado de forma contínua.

O Projecto Novo Futuro é aliciante, mas só possível de manter de pé, graças ao apoio e generosidade de muitas empresas e particulares. Para financiar a nossa actividade desenvolvemos várias iniciativas de angariação de fundos, entre as quais se destaca a Feira de Solidariedade Novo Futuro – Rastrillo que é já um ponto alto na agenda da nossa sociedade, a que não é alheio o esforço dispendido por centenas de voluntários da Novo Futuro entre os quais se destacam inúmeras personalidades nacionais.

A Feira de Solidariedade teve a sua primeira edição em Dezembro de 2004, e já vai no seu terceiro ano consecutivo. Este ano a Feira vai ter lugar nos dias 24, 25 e 26 de Novembro no Centro de Congressos de Lisboa (Alcântara).


João Carvalho Fernandes

Revista de Imprensa (11)

As obras de reabilitação de cerca de 600 edifícios em Belém, zona de intervenção da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Lisboa Ocidental, deverão arrancar no primeiro semestre do próximo ano, anunciou hoje a presidente da empresa. "Até ao final do ano, estarão concluídos 11 documentos estratégicos, que incluem 589 edifícios e 2.586 fracções, que caracterizam as intervenções e apresentam propostas de reabilitação dos espaços públicos", revelou Teresa do Passo na Conferência Reabilitação Urbana em Lisboa - Oportunidades de Investimento, que decorreu na FIL, no âmbito do Salão Imobiliário de Lisboa. Teresa do Passo afirmou que, "considerando a forte aposta do Governo e da Câmara de Lisboa na reabilitação dos espaços públicos, prevê-se que existam disponibilidades financeiras para que as respectivas obras de reabilitação se possam iniciar ainda no primeiro semestre de 2007". Criada em Julho de 2004, a SRU Lisboa Ocidental, cujo capital é municipal, tem como objectivo promover a reabilitação urbana da sua zona de intervenção, que envolve as áreas das freguesias de Santa Maria de Belém, Ajuda e Alcântara.
Lusa
Jorge Ferreira

Revista de Imprensa (10)

"A Refer esclareceu hoje que em Setembro alertou a Câmara de Lisboa para a existência de estudos que previam a passagem do TGV pela zona de Marvila onde o município autorizou esta semana um loteamento. A Câmara de Lisboa negou quinta-feira que a Refer, Rede Ferroviária Nacional, tenha dado parecer negativo ao loteamento em cujos terrenos poderá passar o comboio de alta velocidade (TGV) proveniente da futura terceira ponte sobre Tejo. A Refer divulgou hoje o conteúdo de uma carta enviada à autarquia de Lisboa a 15 de Setembro, onde afirma que "decorre a elaboração do estudo de uma terceira travessia do Tejo em Lisboa, no corredor Chelas - Barreiro, a qual incorpora ligações ferroviárias em direcção a Chelas/Olais e à estação do Oriente"."
Lusa
Jorge Ferreira

Revista de Imprensa (9)

"A guerra que estalou entre o Governo e a maioria política da Câmara de Lisboa devido à aprovação de um loteamento em Marvila que põe em causa um dos possíveis trajectos de passagem do TGV por Lisboa tem todos os ingredientes daquelas histórias de que só se pode desconfiar. Desconfiar da pressa da votação, depois de o processo ter saltado vários agendamentos. Desconfiar da legalidade, puramente formal, defendida pelo presidente da câmara e pela vereadora do Urbanismo de forma excessivamente genérica. Desconfiar da opacidade da decisão tomada em reunião confidencial do executivo e de que só nos chegam chavões de defesa liminar, apimentados por frases de confronto político, ou os gritos indignados da oposição. Desconfiar da leviandade com que são constituídos - e praticamente blindados - direitos adquiridos dos promotores."

Eduardo Damaso, no Diário de Notícias.

Revista de Imprensa (8)

Os comissários para a revitalização da Baixa-Chiado reiteraram hoje a sua disponibilidade para colaborar no arranque do projecto, apesar de a sua coordenadora na Câmara, Maria José Nogueira, ter sido destituída do cargo.
Fonte: Lusa
Jorge Ferreira

RAVE, mas não part(y)!

A RAVE impede a aprovação ao município lisboeta de projectos imobiliários por causa do TGV. Pelo que a CML tem, forçosamente, de obter autorização prévia da RAVE(!!) para autorizar/licenciar novos Projectos imobiliários naquelas zonas da cidade.

A CML aprovou o Projecto de Marvila, que pretensamente vai colidir com hipotéticos estudos ou intenções relativos ao famigerado eléctrico designado TGV - um eléctrico um tanto ou quanto mais desenvolvido que aqueles (bem bonitos por sinal) que percorrem a nossa cidade.

Os promotores não ficam a perder, seja qual for a resolução final deste embróglio.
Quanto aos comissionistas, tanto quanto aparenta, também não ficaram lesados por toda esta embrulhada!
Mas, e então o contribuinte português, mais especificamente os munícipes de Lisboa?
Como sempre, são estes últimos os lesados, aqueles que vêm serem-lhes aplicadas decisões às quais foram totalmente alheios.

Se tal Projecto imobiliário vem ou não favorecer aquela zona da cidade?
Não me parece líquido que assim seja.
Nem tão pouco se vislumbra que promova a recuperação do espaço ... fica à consideração de opinião mais especializada.

Todo este episódio, uma vez mais, faz abater sobre o poder autárquico lisboeta e o poder central uma mancha indelével.

Haverá, por certo, novos episódios nesta rocambolesca telenovela.


MP

Desencravar Lisboa

Na Câmara de Lisboa, a confusão parece não ter fim. Primeiro foi a quebra da coligação Carmona Rodrigues/ Maria José Nogueira Pinto e o triste episódio que lhe serviu de pretexto. Andou-se para aí uns dias a analisar quem é que teria sido mais “desleal”, quem é que teria tomado a iniciativa de “romper”… Interpretações telenovelescas à parte, parece claro que é o presidente da Câmara quem sai politicamente enfraquecido. Não só porque passa a ter de governar em minoria, mas, principalmente, porque resulta de todo o processo que, do lado social-democrata, houve menos desacordo do que tacticismo (“ciumeira” se preferirem).
Mas, do lado da oposição, a paisagem também não dá para grandes optimismos. O PCP e o BE revelam-se (coerentemente?) forças conservadoras que, antes de mais, dizem não, não e não. E o PS, que, numa situação “normal” poderia ter aqui uma boa oportunidade para se mostrar útil, surge dividido e mal preparado.
Como se isto não bastasse, o próprio PSD-Lisboa entretém-se em guerrinhas internas (numa forma mista, muito portuguesa, de guerra surda e guerra aberta, em que um grupo de deputados municipais pode desobedecer ao partido declarando-se obediente ao partido…). E Carmona Rodrigues vai-se enrolando em erros, indecisões, trapalhadas.
Durante algum tempo, o actual presidente ainda conseguiu vender uma imagem simpática de simples “técnico” (por oposição, estava implícito, aos malvados dos “políticos”...), mas esse meio trunfo já lá vai. Hoje, ao contrário, era exigível que fosse mais político: que tivesse ideias mais claras, que estivesse mais seguro das opções que defende e que fosse capaz de lançar uma visão de médio e longo prazo para a cidade. Desse modo seria porventura mais fácil manter compromissos – acordos políticos suportados por objectivos comuns e não pela mera “força das circunstâncias” –, mas também ser menos permeável a sopros de um lado e do outro. Pelo andar da carruagem, e apesar da espantosa vitória nas últimas eleições, o hesitante presidente arrisca-se a ficar para a História, afinal, como apenas mais um subproduto santanista.
E, entretanto, Lisboa vai ficando cada vez mais adiada, encravada por questiúnculas de vaidades, guerrilhas tribais e mesquinhos jogos de poder.

Jacinto Lucas Pires


(crónica publicada no Diário de Notícias de hoje)

A volta do Corvo Vicente

Assim que a malta fina convidou aqui o corvo Vicente para participar no “Carmo e a Trindade” pensei logo nas dezenas de intervenções inteligentes, espirituosas e pertinentes que faria – não falta do que falar sobre Lisboa, a minha bela cidade lançada às urtigas.
Mas, terrível coincidência, exactamente na mesma altura caiu cá no corvo um tal desalento que, de repente, me pareceu absolutamente inútil qualquer comentário que pudesse fazer.Como diria o meu avô (e que mal que eu me sinto a citar o meu avô, agora que estou a chegar à idade que ele tinha nas minhas recordações mais antigas), como diria ele, a pouca vergonha é tanta que até perderam as chaves do convento. (Isto ainda é mais significativo porque o meu avô era republicano e anti-clerical.)
O descaso a que esta cidade está votada, enquanto no galinheiro da C.M.L. a criação se debica violentamente, esquecidos da sua missão e dos seus compromissos, é coisa de arrepiar as penas de qualquer corvo. Aliás, basta ver, a título de exemplo (entre milhões) o resultado do inquérito do Carmo e a Trindade sobre em quem NÃO se votaria para as próximas municipais. O vencedor é Ruben de Carvalho, um tipo porreiro, director do Avante quando o Avante não publicou o resultado das eleições legislativas porque era desfavorável ao PCP… Quando a melhor hipótese é esta, está tudo dito!
Mas adiante. Passei em branco a novela mexicana da demissão da Zezinha que não se entendeu com a Paulinha e não teve o apoio do Toninho. O projecto da dita senhora para a Baixa-Chiado tínha-me parecido um disparate sem nexo (então uma via rápida nas colinas? Mais carros em Lisboa? E os terramotos? E o custo? E a estética? E, e, e…?) mas pareceu-me ainda mais aterrador a sua demissão, porque afinal ainda era a única vereadora que parecia fazer alguma coisa, bem ou mal. Porque os outros, senhores, andam a fazer o quê? Está bem, o Carlinhos é genro de um grande construtor civil, por isso foi para lá ainda no tempo do Delfim João, e lá se manterá com qualquer executivo, missão familiar cumprida. E o Zezinho “Eu Sou do Contra” também está a fazer o seu papel, que é deitar tudo abaixo e não construir nada. Mas, e os outros?
Hoje, finalmente, percebi o que a Gabi anda a fazer: está a ganhar o dela, a construir o futuro e a preparar-se para a reforma. Esta história do grande empreendimento imobiliário em Marvila mostra um desplante tal, que só mesmo regando a dita com alcatrão e penas (que não as minhas, evidentemente). Então a gaja tem a lata de dizer que aprovou o plano porque “não tinha maneira” de não aprovar? Desde quando a CML aprova planos porque não tem outro remédio? (O normal é a CML não aprovar planos que deveria aprovar, mas isso é outra história.) De uma assentada, a menina deu milhões de euros à Obriverca e provavelmente atrasou nuns anos o projecto do TGV… Com o caraças! Isto é que é saber facturar (claro que vai ter que dividir os lucros com os outros votantes, talvez um apartamentozinho para cada um).
Bem, quanto ao Toninho, cá o Vicente nem sabe o que dizer — se bem que, se o visse, lhe ia dizer alguma coisa, certamente. Temos uma nau a meter água, quase sem passageiros, falida, à deriva e tripulada por uma cambada de marinheiros de água doce que só pensam no saque. Há dezenas de milhares de fogos desabitados e um apartamento novo, T2, custa setenta mil contos (os corvos não aderiram ao Euro). Venham os americanos, os jihadistas, os israelitas, o hezbolah e a cambada toda, que isto pior não fica!
Corvo Vicente (ressuscitado com as penas chamuscadas e o fel à solta)

José Couto Nogueira

quinta-feira, novembro 23, 2006

A Bagunça

A Câmara Municipal de Lisboa está um caos. Carmona Rodrigues foi apoiado pelo PSD para supostamente limpar a imagem trapalhona de Santana Lopes. Era suposto Carmona Rodrigues ser credível, consistente e avesso a trapalhadas. Era, mas não é. A verdade é que o índice de trapalhada de Carmona Rodrigues consegue competir com vantagem com o do seu antecessor.

Depois do escândalo de negociações de lugares durante a formação das listas, Lisboa tem assistido a um desfile de suspeitas sobre negócios imobiliários e trafulhices. Os negócios de mercearia política com o CDS estoiraram. As nomeações continuam a obedecer ao critério das pressões partidárias, o que já não apenas revela um carácter, mas uma verdadeira patologia.

A última irresponsabilidade política do ainda Presidente da Câmara Municipal de Lisboa revelou-se com a aprovação de um projecto imobiliário em Marvila mesmo em cima do traçado planeado pelo Governo para o TGV. Esta brincadeira é susceptível de vir a render uma choruda indemnização ao promotor caso veja as suas expectativas frustradas no futuro.

O estado lastimável em que Lisboa se encontra devia fazer reflectir Carmona Rodrigues sobre se não seria melhor pedir desculpa aos eleitores e regressar à sua vida profissional, deixando Lisboa em paz.
Jorge Ferreira
(publicado no Democracia Liberal)

Lisboa: ainda e sempre o loteamento de Marvila


Demita-se, Senhora Secretária de Estado dos Transportes
Carta aberta à Dra. Ana Paula Vitorino

Ex.ma Senhora

Acabo de ler no «site» da Agência Financeira que V. Ex.cia aprovou ontem ao princípio da tarde uma medida cautelar que impede a CML de aprovar loteamentos ou urbanizações para «a faixa da Cidade de Lisboa entre a Gare do Oriente e o Braço de Prata / Beato» «sem parecer prévio favorável da RAVE» - isto até que fique definido o «espaço canal» do TGV, para falar depressa.
Mais.
V. Ex.cia disse que a atitude da CML em aprovar ontem de manhã um loteamento nesta zona, depois de ter pedido solidariedade institucional à CML, era uma (e cito) «quebra de solidariedade».
Mais ainda.
Dizem-me que a Concelhia de Lisboa do PS entende que Carmona Rodrigues deve demitir a sua vereadora do Urbanismo por ter colocado à aprovação este loteamento.
Posto isto, gostaria de lhe comunicar a seguinte meia dúzia de raciocínios:

1º - Acho que o PSD na Câmara de Lisboa foi rápido, ostensivamente rápido, a agir em defesa do interesse privado de um promotor conhecido;

2º - Acho, de um ponto de vista da análise política, que o PSD se poderá demitir todo por muitas razões, e não apenas por estas especificamente;

3º - Acho que V. Ex.cia foi muito lenta, ostensivamente lenta, a agir em defesa do interesse público;

4º - Mais parece a quem esteja atento que V. Ex.cia queria este loteamento aprovado, seja para criar mais dificuldades à CML seja por razões de lentidão dos seus serviços. O facto é que quando perdeu tempo a pedir solidariedade mais valia ter logo aprovado as medidas que agora diz que tomou;

5º - Se o PS acha que a vereadora do Urbanismo se deve demitir ou ser demitida, então, por maioria de razão deve achar que V. Ex.cia se deve demitir do seu cargo de Secretária de Estado dos Transportes. Ou há aqui dois pesos e duas medidas?;

6º e último – Se desta situação de relaxe e duplo erro na defesa do interesse público resultar, como diz a Comunicação Social qualquer direito de indemnização por parte do Estado ao promotor privado, quem entende V. Ex.cia que deve pagá-lo? A Câmara de Lisboa? Os eleitos da CML que aprovaram? O Governo que se atrasou nas medidas preventivas que afinal podia ter publicado três horas antes? Ou V. Ex.cia que manifestamente se atrasou a publicá-las?

Repare que se V. Ex.cia ontem tivesse determinado essas medidas três horas antes, a tempo de impedir a votação na CML, eu estria aqui agora a elogiar a sua defesa do interesse público. Assim, não. Nem pense...


(Infografia «DN»)

José Carlos Mendes

Querer-se acabar com o Museu de Arte Popular é um acto de:

Ignorância?
Irreflexão?
Modernidade?
Provincianismo?
Révanchismo?

Vote, aqui.

Paulo Ferrero

"Cartoons" de F' Santos


O ARQUITECTO António Santos (que assina, como cartunista, F' Santos) oferece aos leitores d' «O Carmo e a Trindade» duas dezenas de trabalhos seus.
Para receber os primeiros 11, basta enviar um e-mail para sorumbatico@iol.pt, escrevendo em assunto apenas FSantos
.
C. Medina Ribeiro

Um antropólogo ao serviço de Sua Excelência?

Em dia de estreia de mais um (enfado!) 007, eis que a Srª Ministra da Cultura conta com o apoio espontâneo de um antropólogo da Universidade Nova de Lisboa, Luís Marques, nos seus propósitos de fazer desparecer da face da terra o Museu de Arte Popular. O artigo está na edição de hoje do Público/Cultura (também online), tem o título enviesado de "O Museu de Arte Popular e a perspectiva antropológica" e reza assim:

Temos de aceitar que a cultura tradicional não é algo que remete só para o passado, pois as tradições continuam vivas e fazem parte do presente cultural dos indivíduos e dos grupos sociais

Neste início de milénio continua a observar-se uma movimentação desusada em torno dos museus, como que um imparável crescimento não só quanto à sua frequência, mas também no que se refere à renovação e à construção de novos espaços. Integrando o património do passado e a criação do presente irrompem, afirmam-se, renascem e reorganizam-se como uma ideia nova no mundo ocidental, constituindo um dos grandes acontecimentos das últimas décadas.
É neste contexto que surge o Museu da Língua Portuguesa - Centro Interpretativo das Descobertas, o primeiro museu que no nosso país será concebido e realizado com meios tecnológicos e de comunicação interactiva de ponta, i.e., dispondo apenas de um acervo virtual. Situando-se no âmbito do património incorpóreo, vem ao encontro das políticas internacionais mais recentes, como as da UNESCO que, desde 2001, passou a atribuir o estatuto de Obra-prima do Património Oral e Imaterial da Humanidade.
A discutível e desafiante opção ministerial incide sobre o Museu de Arte Popular, um imóvel resultante da gigantesca "Exposição do Mundo Português", de 1940, uma patética exaltação de um país imaginário. A concepção que levou à denominação Museu de Arte Popular, e que remete de imediato para a dicotomia arte popular/arte erudita, deve ser enquadrada, portanto, à luz da ideologia reinante nessa época, que pretendia que os autores ou intérpretes da chamada arte popular apenas tivessem capacidade para produzir subprodutos criativos, objectos de tipo artístico, como "expressões de uma poesia primitiva e simples... e de formas pitorescamente caricaturais".
O edifício situado à beira Tejo que será integralmente mantido como testemunho físico relevante para a compreensão e o estudo do Estado Novo, foi adaptado a museu por Jorge Segurado e decorado por vários artistas, sendo inaugurado em 1948. Contudo, as pinturas murais ali existentes "estorvam" certas soluções museológicas indispensáveis ao novo Museu da Língua e dos Descobrimentos, o que exigirá, além da sua preservação, uma grande aptidão e criatividade museológica, sem perda de objectividade científica.
Esta decisão do Ministério da Cultura que levanta algumas interrogações está, no entanto, impregnada de grandes potencialidades, podendo transformar-se mesmo num elemento dinamizador de valiosos acervos etnográficos que há décadas carecem de soluções apropriadas. Não apenas no que respeita ao Museu de Arte Popular, cujo projecto museológico veio sendo adiado até hoje, e que agora poderá ser concretizado se ficar sob a tutela do Museu Nacional de Etnologia - o único com vocação para tratar criticamente tal espólio. Esta medida deveria ser igualmente extensiva à colecção etnográfica do Dr. J. Leite de Vasconcelos que está no Museu Nacional de Arqueologia, longe dos visitantes, em péssimas e muito restritas condições de acesso. Sem falar do Museu Agrícola do Ultramar, cujas peças jazem, armazenadas, numa dependência do Jardim Tropical, ou dum vasto espólio museológico das ex-colónias, do maior interesse para o mundo da lusofonia e que permanece, desconhecido, na dependência do Instituto de Investigação Científica Tropical.
Tudo isto torna extraordinariamente oportuno repensar-se a musealização antropológica em Portugal e, em especial uma intervenção que vise alterar a decadente e asfixiante condição de colecções que carecem de urgente tratamento científico, i.e., de enquadramento socioantropológico e museográfico, sob pena de continuarmos a esconder das novas gerações um inestimável património que muito as ajudaria a entender melhor a sua condição de cidadãos portugueses.
O que implicará, certamente, no futuro, revalorizar a actuação do Museu Nacional de Etnologia, sem deixar de reflectir sobre a sua programação dos últimos anos que quase o transformaram num não lugar, tal o sucessivo número de exposições de diferentes culturas que por ali transitaram, sem o complemento de muitas outras de conteúdos alusivos à nossa cultura. O seu retorno a exposições de excelente qualidade, como a do Fado e a do Voo do Arado, tem de ser conseguido, sob pena de não termos em Portugal um museu nacional de cariz antropológico que "mostre" permanentemente ao público um pouco da cultura material e imaterial portuguesa.
Por outro lado, além da centralização de espólios etnográficos desconexos e inactivos no Museu Nacional de Etnologia, é necessário dispor de um projecto nacional integrador da cultura tradicional portuguesa (material e imaterial), também capaz de intervir no tempo presente. A exemplo, até, do que tão profícua e modelarmente alcançaram em período recente, como Jorge Dias e a sua equipa (Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano, Benjamim Pereira) ou ainda Michel Giacometti.
Temos de aceitar que a cultura tradicional não é algo que remete só para o passado, pois as tradições continuam vivas e fazem parte do presente cultural dos indivíduos e dos grupos sociais.
O Ministério da Cultura, ao tocar em determinados estados tabus, certamente despertará incrédulas animosidades que almejam prosseguir na sua estagnada rotina, mas isso tem de ser conseguido, se se pretende contribuir para a valorização do património cultural entendido na sua globalidade, e como uma realidade cada vez mais democratizada e viável.
Doutorado em Antropologia
-Universidade Nova de Lisboa
"

Paulo Ferrero

Mais Uma Negociata À Vista

Um promotor imobiliário, em Marvila, contra o Estado. Assim se brinca à política e aos euros na CML. Quem tem mão em Carmona Rodrigues?
Jorge Ferreira

quarta-feira, novembro 22, 2006

Atribulações Urbanas Pouco Cosmopolitas


De vez em quando gosto de frequentar transportes públicos. Sentem-se melhor as gentes da cidade. Evita-se ter de dispender horas à procura de lugar para o carro. Poupa-se, enfim, nos nervos. Pensava eu. Mas não necessariamente. Hoje entrei num autocarro da Carris. Por milagre apenas dispunha de uma nota de vinte euros para adquirir o bilhetinho. Primeiro embate: tive de levar com o bafo soprante do motorista, aliás, pouco cheiroso e com a sua má catadura. Seguiu-se um safari pela faixa BUS enquanto me fazia o troco, operação arriscada e quiçá proibida pelo Código da Estrada BUS, que só concluiu na paragem seguinte no Saldanha. Pensava eu, sem me atrever a distrair o esforçado motorista da sua dupla epopeia: não teria sido mais seguro efectuar a delicada operação do troco parado na paragem onde entrei e não em andamento? Primeira bofetada: não se deve incomodar um motorista da Carris com trocos, a vingança pode ser pior que ir com o João Garcia aos montes do Nepal.
Na posse do miraculoso bilhete, dirigi-me à máquina de validar, antigamente chamada de obliterador. Um educado e diligente passageiro (o motorista já se havia visto livre do pesadelo...), informa-me que já não se oblitera, que já não há máquina para isso. E, de facto, não estava lá. Segunda bofetada: estou tecnoexcluído em matéria de transporte público. Governo: SOS! Não haverá uma alínea do Plano Tecnológico para casos de desadaptação precoce como o meu?
Pude, enfim, preparar-me para sair na paragem que me interessava. E aí, sim, o risco foi total: uma anafada cidadã havia acampado mesmo em frente à porta de saída e impedia qualquer esforço de evacuação. Por milagre, estou bem, encontro-me já em casa e de boa saúde.
Jorge Ferreira

Revista de Imprensa (7)

O promotor de um loteamento em Marvila hoje aprovado na Câmara de Lisboa e depois "suspenso" pelo Governo manterá os direitos de construir quando as medidas preventivas accionadas forem eventualmente levantadas, disse à Lusa fonte da autarquia. "Assim que as medidas preventivas sejam levantadas, o loteamento pode seguir para aprovação", disse à Lusa a vereadora com o pelouro do Urbanismo na Câmara de Lisboa, Gabriela Seara (PSD). Com a aprovação da operação de loteamento da antiga Sociedade Nacional dos Sabões, em Marvila, o promotor imobiliário LisMarvila, do Grupo Obriverca, ficou com "direitos constituídos" sobre o loteamento. "Os direitos constituídos são aqueles que advêm da aprovação hoje do desenho urbano", disse a vereadora social-democrata. O Governo anunciou hoje após a reunião do executivo camarário que vai accionar medidas preventivas para impedir a construção do loteamento com o objectivo de evitar que entre em conflito com a ligação ferroviária, incluindo a de alta velocidade, proveniente da projectada terceira travessia do Tejo.
Lusa
Jorge Ferreira

Com o mal dos outros...


JÁ SE SABE que «Com o mal dos outros podemos nós bem», mas se alguém quiser consolar-se com uma dúzia de imagens como estas, só terá de enviar um e-mail para sorumbatico@iol.pt, escrevendo em assunto casaschinesas
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C. Medina Ribeiro

Lisboa: Assembleia Municipal: gato escondido com rabo de fora

Contradição das contradições

O que mais confusão me fez ontem na Assembleia Municipal de Lisboa foi a lata de alguns deputados.

Quiseram voto secreto no apoio a Paula Teixeira da Cruz e depois, não tendo logrado esse modelo, votaram de braço no ar em bloco a favor da moção.
Até aí tudo bem... ainda engulo.
Mas eis que logo de seguida aparece da parte dos mesmos deputados uma declaração de voto: «Coisa e tal, votámos a favor mas não era isso que queríamos».

E aí, sim, a grande lata.
Primeiro, da parte de um deles que veio dizer que não tinha lido a declaração de voto que assinara (!!).
Depois, e pior ainda, da parte de outros que disseram ter votado a favor... só para defender a unidade do partido (PSD).

Isso exactamente enquanto mostravam bem clara a maior divisão a que já assisti naquele Fórum nos últimos anos.
Contradição das contradições.
Grande lata.

É que nem no tempo de Santana Lopes vi tanta latosa.

José Carlos Mendes

Entrou mudo, saiu calado

- Cicuta



O presidente da CML entrou ontem, após o início dos trabalhos, no Plenário da AML tendo sido cumprimentado pela vereadora Maria José Nogueira Pinto.
Tal teve lugar após o presidente da CML ter cumprimentado os restantes Veradores presentes, tendo a Veradora deslocado-se até ao mesmo para, educadamente, o cumprimentar e requer que apresentasse e justifica-se à Assembleia as razões que o mesmo tinha invocado a semana passada, para por termo à coligação existente no Executivo.

Contudo, o sr. presidente da CML entrou mudo, e saiu calado ...

Já da votação de uma moção de solidariedade à presidente da AML (!!) nos termos e para os efeitos destinada, revela a necessidade de credibilizar a e uma posição da mesma - estranho é que o PPD-PSD necessite de estabelecer disciplina de voto para o apoio a uma posição que de si, se fosse de facto merecedora, não necessitaria de qualquer apoio ou solidariedade ...

A cicuta parece fazer agora parte tanto do Executivo Camarário, quanto das hostes do PPD-PSD na AM de Lisboa.

MP


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