Lisboa: elogios suspeitos a Carmona
Marques Mendes elogia. Só agora? Não será tarde?
«Marques Mendes elogia trabalho de Carmona Rodrigues», diz o ‘Diário Digital'. Agora? Agora é tarde.
Durante meses, nem uma palavra. Eu próprio aqui o referi e registei: o silêncio foi ensurdecedor. De Marques Mendes e de Paula Teixeira da Cruz, diga-se, em abono da verdade. Nem uma palavra, enquanto Carmona atravessou o deserto sozinho.
Depois de muito, lá apareceram os três num acto oficial no Alto do Lumiar… mas sempre muito parcos em palavras. Quer dizer: palavras que mostrassem apoio a Carmona Rodrigues. Porque, palavras em proveito próprio não têm faltado. Sobretudo da parte de Paula Teixeira da Cruz depois da ruptura da coligação pós-eleitoral que Carmona mantinha com Maria José Nogueira Pinto. Marques Mendes, esse, tem sido de uma frieza que até gela a alma.
Agora é que dá elogios? Agora é tarde.
Repare-se que está formada uma bola de neve do diabo: todo o gato-sapato comentador já se dá ao luxo de começar qualquer análise pela frase: «Aquilo anda numa bagunça». «Aquilo» é a Câmara de Lisboa.
E mais: «O presidente da Câmara Municipal de Lisboa não precisa de ter hoje a minha solidariedade porque tem-na tido desde o início e continuará a ter no futuro»
Ora é sabido que quando alguém diz uma frase destas é exactamente porque tem falhado na solidariedade. Se não, por que raio é que MM ia dizer isto? É que os Menezes e os Santanas não o têm poupado – e nem será elos lindos olhos de Carmona: é mesmo para atacarem o arqui-inimigo instalado na São Caetano…
E Carmona no meio.
José Carlos Mendes
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