Esta luz maravilhosa...
... que banha esta cidade linda, é fonte de inspiração a poetas, trovadores, cineastas, mas principalmente a todos quantos nela habitam e por ela passam!
Incontornável e pura; ainda há coisas assim! Lisboa é favorecida com o dom da Luz.
Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Que, em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.
- Eram brancas, brancas, brancas,
Como as do anjo que mas deu:
Eu inocente como elas,
Por isso voava ao céu.
Veio a cobiça da terra,
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.
- Veio a ambição, co' as grandezas,
Vinham para mas cortar,
Davam-me poder e glória;
Por nenhum preço as quis dar.
Porque as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.
Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas,
E já suspenso da terra,
Ia voar para elas,
- Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas...
Vi entre a névoa da terra,
Outra luz mais bela que elas.
E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Para a terra me pesavam,
Já não erguiam ao céu.
(...)
- Almeida Garrett, As minhas asas
Aos restantes co-autores, votos de um trabalho profícuo, nesta babel lisboeta!!
Margarida Pardal, doravante MP
3 Comments:
Lisboa pertence a quem a ama, como é, desde há muitos anos, o meu caso - e me parece ser também o vosso, caros "colunistas". Votos de bom trabalho!
E votos de muitos sucessos para a Margarida!
Muito obrigada, caro Torquato da Luz. Sou uma grande apreciadora da sua obra!
Volte sempre
Obrigada Diogo amigo!
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