Há horas do diabo
Minuto fatal
Num só minuto, mas que foi fatal, Marina Ferreira garantiu à comunciação social a boa saúde da coligação PSD-CDS/PP em lisboa quando ela já tinha acabado...
Num minuto pode uma pessoa arriscar a sua credibilidade? Talvez. Na quarta-feira louca da Câmara de Lisboa, no passado dia 15, pelas 18.30, em conferência de imprensa, Marina Ferreira – a vereadora da mobilidade e do trânsito – foi interpelada pelos jornalistas sobre a saúde da coligação PSD-CDS/PP.
Resposta da senhora: «Está tudo bem, não há qualquer problema». Toda a gente na sala tinha já sido alertada para o mais do que provável fim do acordo.
Os indícios eram mais do que muitos. A sessão da CML começara às 9.15. A votação por voto secreto dos nomes para a administração da Sociedade de Reabilitação da Baixa-Chiado decorrera ainda de manhã. Quando recebe o resultado, Carmona Rodrigues fica parado a olhar para o papel que trazia a notícia. Não comunica o resultado (isso só viria a acontecer pelas 17 horas – como se fosse possível anular a votação). É a primeira situação anormal. Intervalo para almoço (segunda situação estranha: por norma, a sessão prolonga-se e não há propriamente intervalo para almoço). O almoço prolonga-se. O PSD desaparece em gabinete.
Logo ao princípio da tarde recebo a notícia bem recortada: «Acabou a coligação». Mas a sessão decorria com aparente normalidade.
Durante a tarde, Nogueira Pinto ainda tece vários elogios a várias das propostas vindas do PSD. Claramente, ela não sabe que já não há coligação. Mas ao almoço, os telefonemas de Carmona para Marques Mendes e para Paula Teixeira da Cruz são fatais para o acordo de maioria.
Às 17 e pouco, de repente, acaba a sessão e interrompe-se a ordem de trabalhos. Adiam-se para o dia 22 cinco pontos que falta votar.
Terceira anomalia: a então ainda talvez maioria pede para que os partidos da oposição sejam os primeiros a falar com os jornalistas.
Lá aconteceu isso.
Quarta anomalia: ao contrário do que é habitual, nem Carmona (que não costuma de facto aparecer nestes «briefings») nem Fontão nem Gabriela Seara nem a própria MJ Nogueira Pinto. Só mesmo Marina Ferreira. Claramente, vai dar a cara.
E que cena.
Ela nega aquilo que uma hora depois Carmona comunicava ao País: acabou a coligação.
Este minuto foi fatal para Marina Ferreira, que se terá sacrificado no altar da credibilidade – pelo PSD na CML ou pelo PSD / Lisboa. Ou esperando que o pior (na sua opção?) não acontecesse. Mas aconteceu. E os jornalistas ainda não esqueceram esse minuto. M que ela até terá dito que era conversa de jornalista que precisavam de encher papel com más notícias… Mas, a essa hora, a má notícia já estava a ser cuidadosa e meticulosamente redigida no 1º andar dos Paços do Concelho.
Há horas do diabo.
Num só minuto, mas que foi fatal, Marina Ferreira garantiu à comunciação social a boa saúde da coligação PSD-CDS/PP em lisboa quando ela já tinha acabado...
Num minuto pode uma pessoa arriscar a sua credibilidade? Talvez. Na quarta-feira louca da Câmara de Lisboa, no passado dia 15, pelas 18.30, em conferência de imprensa, Marina Ferreira – a vereadora da mobilidade e do trânsito – foi interpelada pelos jornalistas sobre a saúde da coligação PSD-CDS/PP.
Resposta da senhora: «Está tudo bem, não há qualquer problema». Toda a gente na sala tinha já sido alertada para o mais do que provável fim do acordo.
Os indícios eram mais do que muitos. A sessão da CML começara às 9.15. A votação por voto secreto dos nomes para a administração da Sociedade de Reabilitação da Baixa-Chiado decorrera ainda de manhã. Quando recebe o resultado, Carmona Rodrigues fica parado a olhar para o papel que trazia a notícia. Não comunica o resultado (isso só viria a acontecer pelas 17 horas – como se fosse possível anular a votação). É a primeira situação anormal. Intervalo para almoço (segunda situação estranha: por norma, a sessão prolonga-se e não há propriamente intervalo para almoço). O almoço prolonga-se. O PSD desaparece em gabinete.
Logo ao princípio da tarde recebo a notícia bem recortada: «Acabou a coligação». Mas a sessão decorria com aparente normalidade.
Durante a tarde, Nogueira Pinto ainda tece vários elogios a várias das propostas vindas do PSD. Claramente, ela não sabe que já não há coligação. Mas ao almoço, os telefonemas de Carmona para Marques Mendes e para Paula Teixeira da Cruz são fatais para o acordo de maioria.
Às 17 e pouco, de repente, acaba a sessão e interrompe-se a ordem de trabalhos. Adiam-se para o dia 22 cinco pontos que falta votar.
Terceira anomalia: a então ainda talvez maioria pede para que os partidos da oposição sejam os primeiros a falar com os jornalistas.
Lá aconteceu isso.
Quarta anomalia: ao contrário do que é habitual, nem Carmona (que não costuma de facto aparecer nestes «briefings») nem Fontão nem Gabriela Seara nem a própria MJ Nogueira Pinto. Só mesmo Marina Ferreira. Claramente, vai dar a cara.
E que cena.
Ela nega aquilo que uma hora depois Carmona comunicava ao País: acabou a coligação.
Este minuto foi fatal para Marina Ferreira, que se terá sacrificado no altar da credibilidade – pelo PSD na CML ou pelo PSD / Lisboa. Ou esperando que o pior (na sua opção?) não acontecesse. Mas aconteceu. E os jornalistas ainda não esqueceram esse minuto. M que ela até terá dito que era conversa de jornalista que precisavam de encher papel com más notícias… Mas, a essa hora, a má notícia já estava a ser cuidadosa e meticulosamente redigida no 1º andar dos Paços do Concelho.
Há horas do diabo.
José Carlos Mendes
2 Comments:
HÁ DIAS, na «Quadratura do Círculo», Pacheco Pereira (a propósito de um assunto de que se tem falado muito mas que agora não interessa qual é) dizia algo como:
«Os portugueses até já nem se zangam que os políticos lhes mintam. Aquilo com que embirram é que os tomem por parvos»
pois... a situação é ridícula, mas eu respeito mais quem dá a cara do que quem tira o tapete.
Enviar um comentário
<< Home