VAIS DE CARRINHO!
HÁ UM JOVEM que, todos os dias e ao pé da minha casa, estaciona impunemente o seu carro em cima do passeio, tendo o requinte de o fazer na passagem de peões. Por causa disso, assisti recentemente a uma cena confrangedora: um idoso, de cadeira de rodas, pretendia passar e não podia.
Juntaram-se muitas pessoas, gerou-se burburinho, e eu ofereci-me para chamar o reboque. Mas o paraplégico opôs-se:
Juntaram-se muitas pessoas, gerou-se burburinho, e eu ofereci-me para chamar o reboque. Mas o paraplégico opôs-se:
«Não se incomode, cavalheiro. O idiota há-de aparecer!».
Não me conformei, argumentando que pelo menos os famosos «bloqueadores» tinham ali uma boa oportunidade de fazer justiça!
Estávamos nisto, quando o dono do carro apareceu, a correr, falando ao telemóvel; entrou rapidamente, bateu com a porta e ligou o motor. Mas as pessoas rodeavam-no e ele apercebeu-se de que não ia poder sumir dali facilmente. Deitou então a cabeça de fora e desabafou:
Estávamos nisto, quando o dono do carro apareceu, a correr, falando ao telemóvel; entrou rapidamente, bateu com a porta e ligou o motor. Mas as pessoas rodeavam-no e ele apercebeu-se de que não ia poder sumir dali facilmente. Deitou então a cabeça de fora e desabafou:
«Que diabo! Eu venho aqui todos os dias e tenho de meter o carro em algum lado!».
Nessa altura, o homem da cadeira de rodas, com um vozeirão de que ninguém o julgaria capaz, explodiu:
Nessa altura, o homem da cadeira de rodas, com um vozeirão de que ninguém o julgaria capaz, explodiu:
«E porque é que não o metes no c*?!».
No dia seguinte, à hora do costume, o jovem apareceu e estacionou no sítio habitual. Mas, desta vez (lá deve ter meditado...) trazia um mini...
No dia seguinte, à hora do costume, o jovem apareceu e estacionou no sítio habitual. Mas, desta vez (lá deve ter meditado...) trazia um mini...
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NOTA: Esta crónica, perfeitamente actual, foi publicada no «EXPRESSO» em 28 Set 02
C. Medina Ribeiro
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