A Lisboa política
Opiniões muito diversas
Há opiniões muito diversas nos jornais no mesmo dia (hoje) vindas do mesmo sector político - e é só um exemplo de entre outros que se podiam coligir. Colocavam-se ontem três questões. Multiplicadas por várias posições sobre elas, o resultado foi: demasiadas vozes e opiniões de vários dirigentes, num mesmo dia, nem sempre coincidentes. Assim se expõe para fora o PS de Lisboa.
A isto junta-se a palavra de Jorge Coelho.
Vamos escalpelizar.
1ª questão: «Vai ou não haver eleições antecipadas para a Câmara de Lisboa?».
Respostas que temos lido: resposta do tipo a): «Não! Só em2009; resposta do tipo b): «Eh pá, isso só se o PSD se demitisse de todos os órgãos, porque fazer eleições intercalares só para a CML obrigaria quem as ganhasse a conviver com esta Assembleia Municipal (de maioria PSD)».
2ª questão: «O PS vai ou não associar-se ao PSD na CML?». Aqui, as respostas quase coincidem sem rebuço: «Não! O papel do PS é ser oposição». Mas já o mesmo não é quando se pergunta: «O PS vai viabilizar o Orçamento do PSD na CML?». Aí, as respostas são de opção dupla: dizem uns: «Não! Vai votar contra»; dizem outros: «depende: se Carmona Rodrigues aceitar sugestões, as coisas podem alterar-se».
3ª questão: «Se houvesse eleições, quem devia ser o candidato do PS?» (Ignoremos aqui, para não lançar mais achas, que Miguel Coelho, neste fim-de-semana, falou de coligação à esquerda e definiu os seus parâmetros…). Respostas variadas, neste ponto:
a) Joaquim Raposo (líder da Distrital, que veio esclarecer que falava a título exclusivamente pessoal –como se tal existisse em política): «Lisboa precisa de um presidente do estilo de Jorge Coelho»; b) Dias Baptista: «É completamente despropositado a três anos das eleições».
E, já agora, o que diz o próprio Jorge Coelho? Duas coisas para negar disponibilidade e calar bocas também: «Só sou candidato a duas coisas: viver. E viver bem», ou, noutra versão da mesma resposta: «Primeiro, viver; depois, viver feliz». E disse também, aparentemente para calar Raposo: «Que eu saiba, não existem eleições em perspectiva em Lisboa. Os mandatos são para cumprir e espero que o PSD cumpra o seu até a fim».
Fontes. DE, DN e CM – todos de hoje, 5 de Dezembro
José Carlos Mendes
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