Revista De Imprensa (30)

O Presépio da Madre de Deus, criado em 1700 para o convento com o mesmo nome, em Lisboa, foi restaurado e reconstituído no Museu Nacional do Azulejo, abrindo ao público dia 13 de Dezembro, anunciou hoje fonte oficial. O regresso e a remontagem do presépio no seu lugar de origem - o Museu Nacional do Azulejo está instalado no Convento da Madre de Deus - tornaram-se possíveis através da assinatura, em Fevereiro deste ano, de um protocolo entre o Instituto Português de Museus (IPM) e a empresa Edifer.

Desmontado em finais do século XIX, o presépio - composto por 42 peças de terracota pintada - passará a ficar exposto publicamente em permanência, na sequência do restauro do núcleo, considerado uma das mais importantes obras artísticas do país. Quando foi assinado o protocolo entre o IPM e a Edifer, o director do museu, Paulo Henriques, sublinhou em declarações à Lusa a importância do restauro do conjunto, "uma das peças centrais da escultura portuguesa do séc. XVIII". Executado provavelmente entre 1700 e 1730, conjuntamente por Dionísio e António Ferreira, o presépio foi alvo, desde Julho deste ano, de um minucioso estudo, tratamento de conservação e restauro.

O regresso da obra numa época simbólica como o Natal "será um momento importante para o museu, pois as peças retornam à Sala do Presépio do convento, que foi alvo de obras de restauro no final dos anos oitenta", recordou o responsável. O Convento da Madre de Deus "tinha uma série de peças litúrgicas e esta era uma das mais importantes", assinalou o director do Museu Nacional do Azulejo. O protocolo de mecenato entre o IPM e a Edifer, no valor de 38.500 euros, teve como objectivo o financiamento da montagem das peças. Desmontado na década de 1830, o presépio integrou o património do Estado, depois da morte da última freira do Convento da Madre de Deus, em 1872, e as peças passaram a pertencer às colecções do Museu Nacional de Arte Antiga. Em 1985 regressou em depósito ao convento, onde foi estudado, conservado e restaurado em 2003.

No âmbito do protocolo foi realizado um estudo museográfico para a concepção da remontagem, esta da responsabilidade do designer Ricardo Viegas. Para o dia 13 de Dezembro está agendada no museu uma conferência de imprensa na presença da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, a que se seguirá uma visita ao presépio. A abertura ao público está marcada para as 19:00, seguindo-se um recital por Luís Peças (contratenor) e João Santos (órgão), que interpretarão obras de Handel, César Franck, Giordani e Bach-Gounod.

Fonte: Lusa

Jorge Ferreira