terça-feira, janeiro 02, 2007

Lisboa: chegarão as respostas esperadas?

Venda de património para aliviar os défices do OE e do OML

Câmara e Governo bem querem vender. Mas quem pode comprar tanto património do Governo e da Câmara de Lisboa, se todos dizem que o país está na bancarrota?
… Só se 2007 for de facto «melhor» do que 2006 – como andamos todos a desejar a todos em sms aos milhões. Só que o nosso «melhor» das sms não é este «melhor». Pelo contrário.

1

A Câmara de Lisboa espera realizar 300 milhões de euros com a venda de património. Não se vê como, mas os processos vão agora ser postos em marcha depois de aprovado o Plano e Orçamento. No ano que agora finda, em que também havia previsões deste jaez, as coisas ficaram-se bem por baixo: só se concretizaram a menos de 30%. É a realidade a impor-se aos sonhos.

2

O Estado espera vender terrenos e outro património na Cidade de Lisboa no valor de muitos milhões.
Mas quem pode comprar? Quem pode corresponder a esse desiderato?
Só se for a banca a dar essa resposta. Aí, sim, há disponibilidades financeiras e até em excesso, enquanto o resto da economia está praticamente às moscas… Uma situação características de uma economia de ditadura de terceiro-mundo: quase todos em carência e meia dúzia em abundância excessiva…

3

Comprar património aos biliões em Lisboa? Só então se essa compra for concretizada pela banca. (E só se na banca incluirmos a Caixa Geral de Depósitos (que é do Estado) através das suas empresas da área do imobiliário – as quais, como acabámos por saber, compraram à Obriverca, ao que parece, à revelia do Governo, o tal terreno em Marvila urbanizado e «desurbanizado» pela CML em meia dúzia de dias.)

Mas será? As prioridades da banca passam pelo «empate» de capital durante anos quando as alterações do PDM e a aprovação dos loteamentos, depois, dependem de uma autarquia em situação de permanente instabilidade?

4


Voltando à venda de património público (do Estado e da CML): vale a pena pensar se o mercado e as disponibilidades financeiras do país (privado) têm a «performance» necessária e exigida por estes programas de venda de património público. Na aparência, não têm.

José Carlos Mendes


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