quarta-feira, janeiro 03, 2007

Acudam à calçada lisboeta!


Há lá chão de cidade mais bonito do que este! Claro que não. São as tradicionais calçadas lisboetas. Só que... estão a desmoronar-se. Como repetidamente é noticiado. E agora outra vez. Agora, na blogosfera, mais propriamente. No blog Jumento, há dias, uma foto de umpedaço de calçada incomodou-nos a todos, de certeza....




De pouco valem os 14 novos calceteiros em formação. Já é qualquer coisa este sinal de haver uns quantos em formação e estoutro (sempre achei esta palavra estranhíssima) sinal de se ter inaugurado a 15 de Dezembro uma homenagem ao calceteiro lisboeta em forma de escultura.




A verdade é que de 130 que eram há uns anos, os calceteiros estão agora reduzidos a 30 (mais estes 14, a partir de agora). É algo. Mas é curto. Muito curto.




A calçada lisboeta merece mais. Precisa de mais do que isso. Se não, vai degradar-se completamente.


Acudam à calçada lisboeta.


Por favor.




José Carlos Mendes

UMA PRAÇA ADIADA- ESTUDO DE FLUXOS PEDONAIS NA PRAÇA DO DUQUE DE SALDANHA


Se me permitem, aproveito este espaço para divulgar este livro lançado o ano passado, escrito por Hèléne Fretigné, uma jovem francesa que esteve em Portugal a estagiar na ACA-M ao abrigo de um programa de estágios europeus e de aprendizagem da língua. Este livro resultou dos estudos que efectuou e da persistência que sempre manteve para os realizar.

"UMA PRAÇA ADIADA- ESTUDO DE FLUXOS PEDONAIS NA PRAÇA DO DUQUE DE SALDANHA "
Autoria: Hélène Fretigné
Coordenação: Manuel João Ramos
Introdução: Manuel Delgado (Universitat de Barcelona)

A obra destina-se fundamentlmente a urbanistas, cientistas sociais, técnicos de segurança rodoviária e todos os interessados no estudo das relações peões-automobilistas.
Edição: ACA-M
Distribuição: Assírio & Alvim Editores
Trata-se de um estudo inédito e inovador sobre a forma como um espaço público urbano é apropriado e vivido pelos cidadãos que o cruzam.
Beneficiando do distanciamento do seu olhar face à realidade do trânsito em Portugal, a socióloga Hélène Fretigné apresenta-nos a história da transformação, pela autarquia lisboeta, de uma praça acolhedora em inóspito local de passagem, e analisa detalhadamente as tensões, os riscos e os conflitos de uso que opõem peões a automobilistas, ambos reclamando o seu direito a esse território alcatroado.
Este livro divide-se em duas partes:
A primeira parte é uma análise histórica da evolução da praça no contexto do desenvolvimento urbanístico novecentista das Av. Novas, e a polémica da demolição do Monumental, nos anos oitenta, quando a autarquia lisboeta prometeu aos munícipes a “devolução da praça aos peões”.
A segunda parte analisa a situação actual da praça, feita de agressão contínua aos peões nas suas tentativas de a atravessar, confrontados com 3 centros comerciais cortados por uma via rápida, que não oferece aos cidadãos condições de travessia confortável e segura, e muito menos disponibiliza as condições para o usufruto condigno do equipamento urbano que é uma praça central da cidade.
O livro contém um caderno de fotografias, um mapa de ocupação do espaço da praça, diversas plantas e quadros com tempos de atravessamento, velocidades praticadas, etc.

Isabel Goulão

terça-feira, janeiro 02, 2007

Comércio ultra-tradicional

Para não abusar do espaço deste blogue, não se afixam aqui os pormenores desta espantosa loja (existente na Graça, em Lisboa). Podem, no entanto, ser vistos [aqui].
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C. Medina Ribeiro

Lisboa: chegarão as respostas esperadas?

Venda de património para aliviar os défices do OE e do OML

Câmara e Governo bem querem vender. Mas quem pode comprar tanto património do Governo e da Câmara de Lisboa, se todos dizem que o país está na bancarrota?
… Só se 2007 for de facto «melhor» do que 2006 – como andamos todos a desejar a todos em sms aos milhões. Só que o nosso «melhor» das sms não é este «melhor». Pelo contrário.

1

A Câmara de Lisboa espera realizar 300 milhões de euros com a venda de património. Não se vê como, mas os processos vão agora ser postos em marcha depois de aprovado o Plano e Orçamento. No ano que agora finda, em que também havia previsões deste jaez, as coisas ficaram-se bem por baixo: só se concretizaram a menos de 30%. É a realidade a impor-se aos sonhos.

2

O Estado espera vender terrenos e outro património na Cidade de Lisboa no valor de muitos milhões.
Mas quem pode comprar? Quem pode corresponder a esse desiderato?
Só se for a banca a dar essa resposta. Aí, sim, há disponibilidades financeiras e até em excesso, enquanto o resto da economia está praticamente às moscas… Uma situação características de uma economia de ditadura de terceiro-mundo: quase todos em carência e meia dúzia em abundância excessiva…

3

Comprar património aos biliões em Lisboa? Só então se essa compra for concretizada pela banca. (E só se na banca incluirmos a Caixa Geral de Depósitos (que é do Estado) através das suas empresas da área do imobiliário – as quais, como acabámos por saber, compraram à Obriverca, ao que parece, à revelia do Governo, o tal terreno em Marvila urbanizado e «desurbanizado» pela CML em meia dúzia de dias.)

Mas será? As prioridades da banca passam pelo «empate» de capital durante anos quando as alterações do PDM e a aprovação dos loteamentos, depois, dependem de uma autarquia em situação de permanente instabilidade?

4


Voltando à venda de património público (do Estado e da CML): vale a pena pensar se o mercado e as disponibilidades financeiras do país (privado) têm a «performance» necessária e exigida por estes programas de venda de património público. Na aparência, não têm.

José Carlos Mendes


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